Perda de R$ 20 Bilhões: Acordo de Falência no Brasil

Cinco bancos brasileiros, incluindo Itaú Unibanco, Banco Bradesco, Banco Santander, Banco do Brasil e BNDES, registraram uma perda total de R$ 20 bilhões como parte de um acordo referente à maior falência já registrada no Brasil. Esse acordo envolve o conglomerado falido Odebrecht SA, agora conhecido como Novonor SA, que havia recebido empréstimos desses bancos.

Como parte do acordo, os bancos concordaram em aceitar derivativos com perspectivas incertas de recuperação em troca dos R$ 20 bilhões em empréstimos. Esses empréstimos inadimplentes serão vendidos para um fundo gerido pela IG4 Capital Investimentos SA, uma gestora brasileira especializada em reestruturação de dívidas.

As ações da Braskem SA, empresa petroquímica pertencente à Novonor, foram usadas como garantia para os R$ 20 bilhões em empréstimos e serão apreendidas e transferidas para outro fundo da IG4. Os derivativos dão aos bancos o direito de receber parte dos recursos quando a IG4 decidir vender as ações da Braskem no futuro.

Consequências e Perspectivas

Para vender um empréstimo inadimplente no Brasil, os bancos precisam provisionar o valor integralmente e baixá-lo como perda. Os credores vêm aumentando as provisões para perdas com os empréstimos da Novonor ao longo dos anos, de modo que as perdas provavelmente já estão totalmente contabilizadas.

Se as ações da Braskem subirem devido à reestruturação que a IG4 deve promover ou a melhores preços do setor petroquímico, os bancos lucrariam com isso e recuperariam pelo menos parte das perdas. No entanto, a participação de 38% da Novonor na Braskem, que foi avaliada em R$ 20,5 bilhões em setembro de 2021, agora vale cerca de R$ 2,3 bilhões.

Os bancos e a IG4 concordaram com um período de exclusividade de 60 dias para negociar uma transação envolvendo as ações da Braskem, que, se concluída, daria à IG4 o controle da empresa petroquímica, com pouco mais de 50% das ações com direito a voto e cerca de um terço do capital total.

• A IG4 dividiria o controle da Braskem com o outro investidor controlador da empresa, a Petrobras.
• A Novonor manteria uma participação minoritária de 4% sem direito a voto.
• O acordo de segunda-feira marca um importante passo na reestruturação da dívida da Novonor e pode ter implicações significativas para o setor financeiro e petroquímico no Brasil.

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