A semana que se encerra foi marcada por intensos eventos políticos, econômicos e sociais no Brasil e no mundo.
No cenário nacional, o feriado de 7 de setembro trouxe manifestações polarizadas, com o tradicional desfile em Brasília sob o lema “Brasil Soberano” e atos de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que clamaram por anistia e criticaram o Supremo Tribunal Federal (STF).
Paralelamente, o STF retomou o julgamento da tentativa de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro e seus aliados, em meio a forte tensão política.
No campo econômico, o Ibovespa atingiu seu maior nível histórico de fechamento, enquanto a balança comercial brasileira mostrou uma redução da dependência dos Estados Unidos, com crescimento expressivo das exportações para a China.
Nos Estados Unidos, o relatório de emprego (Payroll) indicou um arrefecimento do mercado de trabalho, reforçando expectativas de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve. A seguir, os principais destaques da semana.
Confira um resumo das notícias para começar esta semana por dentro do que passou:
7 de setembro
Desfile em Brasília: “Brasil Soberano”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou do tradicional desfile de 7 de setembro neste domingo (07), ao lado de ministros e autoridades de seu governo. O slogan “Brasil Soberano” ilustrou os bonés que foram distribuídos pela Secretaria de Comunicação. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), compareceu ao desfile, mas outras ausências foram sentidas, como do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e de ministros do STF.
“Reaja Brasil: o medo acabou”
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em um ato na Avenida Paulista, nas proximidades do tradicional vão do MASP, neste domingo (07), feriado do Dia da Independência do Brasil. Com o lema “Reaja Brasil: o medo acabou”, a principal pauta foi a da anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje réu no julgamento do núcleo crucial por tentativa de golpe de Estado, nas mãos do Supremo Tribunal Federal.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), subiu o tom contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, dizendo que “Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”, e pressionou o presidente da Câmara, Hugo Motta, para votar projeto de anistia: “Trazer a anistia para a pauta é trazer justiça”.
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Grito dos Excluídos
No outro polo, grupos alinhados à esquerda protestaram nas capitais do país, defendendo a soberania nacional – motivado pelas medidas do presidente dos EUA, Donald Trump, de taxar as importações brasileiras e alegar perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Estimulados a comparecer usando verde e amarelo e a bandeira do Brasil, os manifestantes defenderam a não anistia aos condenados aos ataques de 8 de janeiro; a prisão de Bolsonaro, o fim da escala trabalhista de 6 x 1 (seis dias de trabalho para um de descanso) e a “taxação dos super-ricos”.
STF retoma julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, composta por cinco ministros, retomou o julgamento da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete de seus ex-auxiliares, na última terça-feira (07).
As defesas apresentaram suas sustentações orais durante a semana. Os advogados de Bolsonaro afirmaram que ele foi “arrastado” para os eventos de 8 de janeiro e que não existem provas diretas contra o ex-presidente, criticando a delação de Mauro Cid.
Enquanto isso, no campo político, o Partido Liberal pressiona no Congresso por uma anistia ampla aos envolvidos nos atos golpistas, o que poderia beneficiar Bolsonaro. No 7 de setembro, apoiadores do ex-presidente realizaram manifestações em cidades como Rio e São Paulo pedindo essa anistia e atacando o STF. O julgamento, portanto, ocorre em meio a forte tensão entre o Supremo e o bolsonarismo, com potencial de se tornar um marco na política brasileira.
A condenação dos réus depende de maioria simples, ou seja, pelo menos três votos. A previsão é que o STF encerre a análise do caso na sexta-feira, 12.
Recorde do Ibovespa
O Ibovespa fechou a última sexta-feira (07) com alta de 1,17%, aos 142.640,14 pontos, um ganho de 1.646,89 pontos, no que passou a ser o maior nível de fechamento da história do principal índice da Bolsa brasileira, batendo os 141.422,26 pontos da máxima histórica de fechamento anterior, conseguida em 29 de agosto último. Assim, a semana terminou positiva em 0,86% e é a quinta semana seguida no azul.
Balança comercial: Brasil diminui dependência dos EUA após tarifaço
A dependência do Brasil para com os EUA diminuiu, como mostrou a primeira balança comercial mensal pós-tarifaço. Em agosto, o valor embarcado para o país norte-americano caiu 18,5% na comparação com agosto de 2024. A participação dos EUA no total das vendas do Brasil ao exterior ficou em 9,3% no mês, abaixo dos 11,8% em agosto do ano passado.
No sentido oposto, a China nunca comprou tanta soja do Brasil como em 2025 – e deve continuar. As exportações para o gigante asiático – em dado que inclui ainda Hong Kong e Macau – saltaram 29,9% no mês. A participação dos chineses alcançou 32,1%, contra 25,7% em agosto do ano passado.
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$6,133 bilhões em agosto, saldo 35,8% mais alto do que o observado em agosto de 2024, quando ficou positivo em US$4,5 bilhões. As exportações do mês somaram US$29,861 bilhões, uma alta de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado, e as importações foram de US$23,728 bilhões, queda de 2,0%.
Payroll
O Payroll, relatório de emprego dos EUA, mostrou a criação de 22 mil postos de trabalho na economia norte-americana em agosto, abaixo dos 75 mil postos da mediana de pesquisa da Reuters com economistas. A taxa de desemprego, por sua vez, ficou em 4,3%, em linha com o projetado. O A leitura sugere um arrefecimento do mercado de trabalho e reforça as apostas de que o Federal Reserve poderá iniciar cortes de juros nos EUA já em setembro.
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