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ASSISTA: Trump diz que EUA mataram 11 “narcoterroristas” em barco da Venezuela

O presidente Donald Trump afirmou que militares dos Estados Unidos mataram 11 “terroristas” ao atacar um barco que, segundo ele, transportava drogas da Venezuela, destacando o sucesso da operação naval lançada no Caribe para conter o narcotráfico.

“O ataque ocorreu enquanto os terroristas estavam em alto-mar, em águas internacionais, transportando entorpecentes ilegais em direção aos Estados Unidos”, escreveu Trump na rede Truth Social nesta terça-feira. “Que isso sirva de aviso a qualquer um que esteja pensando em levar drogas para os Estados Unidos da América. CUIDADO!”

Trump disse que o alvo eram “narcoterroristas do Tren de Aragua positivamente identificados”, poucas semanas após Washington enviar navios de guerra e milhares de militares ao Caribe para interromper rotas de drogas da América Latina. A declaração aumenta a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, que acusa os EUA de planejar agressão.

Nenhum americano ficou ferido, e o barco estava em águas internacionais, segundo Trump. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, divulgou um vídeo marcado como “não confidencial”, mostrando uma embarcação com quatro motores de popa navegando em alta velocidade antes de ser atingida por um míssil e explodir em chamas.

Após a notícia, os títulos da dívida da Venezuela em default dispararam, com bônus que vencem em 2031 subindo mais de um centavo, para negociar acima de 23 centavos por dólar — o maior nível desde fevereiro de 2019, segundo dados da Bloomberg.

No mês passado, o Pentágono anunciou o envio de mais de 4 mil marinheiros e fuzileiros navais para águas latino-americanas como parte da ofensiva de Trump contra cartéis de drogas.

Reação de Maduro

O ataque deve ampliar as tensões com o regime de Maduro, que respondeu ao aumento da presença militar dos EUA com suas próprias movimentações, enviando tropas e embarcações para as fronteiras e polos petrolíferos estratégicos. Autoridades americanas afirmam que miram o Cartel de los Soles, rede ligada a oficiais venezuelanos com apoio de Maduro.

“Eles mandam oito navios de guerra, apontam 1.200 mísseis para nossas cabeças, enviam um submarino nuclear. E vocês sabem por que vêm? Pelo petróleo venezuelano, querem de graça”, disse Maduro na TV estatal na noite de terça-feira.

Maduro não falou em retaliação.

“Transformar isso em grande incidente seria um erro de Maduro”, avaliou James Bosworth, fundador da consultoria Hxagon. “Se ele tentar dizer que os EUA erraram ao afundar o barco, acabará reforçando a narrativa de Trump e Marco Rubio. A maioria dos líderes e cidadãos da América Latina e Caribe quer que carregamentos de drogas sejam apreendidos e destruídos.”

O Pentágono enviou o grupo anfíbio Iwo Jima e a 22ª Unidade Expedicionária dos Fuzileiros, com capacidade de atacar alvos em terra, configurando uma postura mais agressiva que os barcos da Guarda Costeira normalmente usados contra o tráfico.

O reforço militar, o maior na região desde a invasão do Panamá em 1989, dividiu a América Latina. Lula, no Brasil, e Gustavo Petro, na Colômbia, criticaram a medida como desestabilizadora, enquanto Guiana e Trinidad e Tobago apoiaram, alegando preocupação com o narcotráfico. China, Rússia e Irã condenaram a operação como ingerência.

Questionado na Flórida se os EUA poderiam agir em solo venezuelano contra Maduro, Rubio disse que se tratava de uma “operação antidrogas”.

“Vamos enfrentar os cartéis onde quer que estejam e onde quer que atuem contra os interesses dos Estados Unidos”, afirmou.

A campanha de Trump já havia destacado o Tren de Aragua como ameaça crescente dentro dos EUA. Um dos primeiros atos de sua gestão foi designar o grupo como organização terrorista. Fundada em uma prisão venezuelana há mais de uma década, a quadrilha se espalhou pela América Latina e chegou aos EUA, envolvida em tráfico humano e migração irregular.

O comando do grupo é fragmentado, com células regionais que exploram diferentes ramos criminosos, o que dificulta o rastreamento. Algumas organizações chegam a usar o nome sem vínculo formal.

Trump classificou Maduro como terrorista e, no início do ano, ofereceu US$ 50 milhões por sua captura. Em seu primeiro mandato, impôs sanções abrangentes, reconheceu Juan Guaidó como presidente interino e pressionou pela queda do líder chavista.

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