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Argentina investiga suposta corrupção em compra de remédios envolvendo irmã de Milei

A Justiça argentina abriu uma investigação sobre um esquema de corrupção na compra de medicamentos para pessoas com deficiência que pode atingir diretamente o núcleo mais próximo do presidente Javier Milei. Segundo a agência Associated Press, há indícios de que a secretária-geral da Presidência e irmã do mandatário, Karina Milei, teria recebido propina para liberar contratos.

O juiz federal Sebastián Casanello determinou na sexta-feira (22) a realização de 15 operações de busca, incluindo na Agência Nacional de Deficiência (Andis). O titular da pasta, Diego Spagnuolo, advogado e amigo de Milei antes da presidência, foi afastado do cargo na véspera, após a divulgação de áudios em que mencionava repasses de 3% destinados a Karina Milei como condição para aprovar compras públicas de medicamentos.

A denúncia foi apresentada pelo advogado Gregorio Dalbón, ligado à ex-presidente Cristina Kirchner. Além de Karina e Spagnuolo, o processo também cita o subsecretário de Gestão Institucional Eduardo Menem e executivos da distribuidora Suizo Argentina. Eles são investigados por supostos crimes de fraude, estelionato, corrupção e negociações incompatíveis com a função pública.

De acordo com a AP, os áudios revelam que a drogaria Suizo, fornecedora do Estado, cobrava laboratórios locais por “retornos” destinados à Presidência. “A Karina chega 3% e 1% se vai na operação”, diz uma das gravações.

Após o vazamento, o governo anunciou a intervenção da Andis e a saída de Spagnuolo, mas não comentou diretamente as acusações contra a irmã do presidente. Em nota, a Casa Rosada acusou a oposição de explorar o caso politicamente em meio à campanha para as eleições legislativas de outubro.

O episódio ocorre na mesma semana em que o Congresso, de maioria opositora, aprovou a rejeição inicial ao veto de Milei a uma lei que declarava emergência na área de deficiência e ampliava benefícios sociais.

Por ora, não há prisões decretadas. Segundo fontes citadas pela AP, os agentes apreenderam documentos contábeis, computadores, celulares e agendas pessoais nos locais investigados.

(com La Nación)

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