Alistamento Militar Obrigatório para Mulheres: Um Debate na Suíça

No domingo, 30, os eleitores suíços irão às urnas para decidir se as mulheres devem prestar serviço nacional no Exército, em equipes de proteção civil ou em outras áreas, assim como os homens. Esta votação é um referendo sobre a “iniciativa do serviço cívico”, que visa impulsionar a coesão social e adicionar empregos em áreas como prevenção ambiental, segurança alimentar e cuidados com idosos.

Os defensores da iniciativa argumentam que ela é necessária para fortalecer a sociedade suíça, especialmente em tempos de incerteza e preocupações sobre a guerra na Ucrânia e outras disrupções potenciais. Eles acreditam que o serviço nacional obrigatório para todos os jovens, incluindo as mulheres, pode ajudar a criar uma sociedade mais forte e capaz de enfrentar crises.

Argumentos Contra a Iniciativa

No entanto, o Parlamento suíço se opõe esmagadoramente à ideia, citando motivos de custo e a preocupação de que isso possa prejudicar a economia, retirando dezenas de milhares de jovens da força de trabalho. Além disso, o governo argumenta que o Exército e a Defesa Civil já têm pessoal suficiente e que não devem ser recrutadas mais pessoas do que o necessário.

Aqui estão alguns dos principais argumentos contra a iniciativa:

• O serviço militar obrigatório para mulheres pode ser visto como um passo em direção à igualdade de gênero, mas também pode impor um fardo extra a muitas mulheres que já arcam com grande parte do trabalho não remunerado de criar e cuidar de filhos e parentes, bem como tarefas domésticas.
• A igualdade no local de trabalho e na sociedade ainda não é uma realidade, e exigir que as mulheres prestem serviço cívico não constituiria um progresso em termos de igualdade.
• O custo do serviço nacional obrigatório seria alto, com um orçamento anual de quase 1 bilhão de francos suíços (cerca de R$ 6,6 bilhões) apenas para os homens, e a aprovação da medida duplicaria aproximadamente tanto o número de efetivos quanto o custo.

A votação na Suíça é um indicador de como uma população europeia vê o serviço nacional obrigatório, e os resultados podem ter implicações para outras nações que estão considerando políticas semelhantes.

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