A Bolívia em uma Encruzilhada Econômica
A eleição presidencial na Bolívia, marcada para o domingo, representa um divisor de águas para o país, que busca sair de duas décadas de governo socialista que resultaram no colapso econômico. A expectativa de mudanças favoráveis ao mercado tem impulsionado os títulos soberanos do país, com um retorno de quase 40% neste ano, destacando-se entre os melhores desempenhos de mercados emergentes globalmente.
No entanto, a realidade da recuperação econômica é desafiadora. A inflação está em alta, o déficit orçamentário é crescente, e há uma severa falta de dólares. O vencedor da eleição herdará não apenas contas esgotadas, mas também uma sociedade pressionada por escassez e inflação. A escolha se resume a cortes rápidos e dolorosos nos gastos ou reformas fiscais mais lentas.
Desafios Econômicos
- Alta inflação, com preços ao consumidor subindo mais de 23% no último ano até setembro.
- Escassez de combustível e dólares, afetando agricultores e setores industriais.
- Dívida externa crescente, com um eurobônus com vencimento em 2028 e pagamentos de dívida nos próximos dois anos.
Os candidatos, Rodrigo Paz e Jorge Tuto Quiroga, apresentam propostas econômicas semelhantes para controlar os gastos públicos e eliminar gradualmente os subsídios aos combustíveis. No entanto, ambos precisarão lidar com o colapso da moeda, a alta inflação e a escassez de combustível e dólares.
Reformas Necessárias
Reformas constitucionais provavelmente serão necessárias para atrair capital privado aos setores-chave de energia e mineração. A Bolívia possui as maiores reservas mundiais de lítio e foi um exportador significativo de gás natural. No entanto, uma reescrita constitucional apoiada pelo MAS há 16 anos estabeleceu forte controle estatal sobre a extração de recursos naturais e desencorajou investimentos.
A tarefa é enorme e deve ser feita em paralelo, não em fases. As pessoas precisam sentir que os três problemas imediatos — inflação, acesso a dólares e combustível — estão sendo resolvidos. O resultado da eleição será crucial para o futuro econômico da Bolívia.
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