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Agronegócio em 2025: endividamento desafia setor e limita crescimento

Agronegócio em 2025: Desafios e Perspectivas

O agronegócio brasileiro enfrenta um desafio significativo em 2025 devido ao endividamento historicamente elevado e ao ritmo mais lento no mercado de fertilizantes. De acordo com Eduardo Monteiro, country manager da Mosaic no Brasil, a dívida financeira do setor gira em torno de R$ 188 bilhões, o que equivale a aproximadamente duas safras e meia de geração de caixa.

Essa situação é agravada por juros elevados, que superam 20% ao ano, tornando o financiamento um desafio adicional para os agricultores. Além disso, o mercado de fertilizantes começou o ano com otimismo, mas perdeu força devido à disponibilidade limitada de crédito e às exigências maiores dos bancos.

Consequências e Perspectivas

Como consequência, o crescimento esperado de cerca de 4% no mercado de fertilizantes não deve se confirmar, e a estimativa agora é de 1% a 2%. No entanto, é importante notar que esse aumento ocorre em toneladas absolutas, e quando convertido em nutrientes, a aplicação no solo será muito semelhante ao do ano anterior.

Monteiro destaca que a agricultura é um setor cíclico, que exige preparo e gestão rigorosa de custos. Investir em tecnologia, aumentar a produtividade e gerar mais fluxo de caixa são fundamentais para permitir a geração de caixa e honrar compromissos.

  • Investir em tecnologia para aumentar a produtividade;
  • Aumentar a eficiência na gestão de custos;
  • Foco na rentabilidade para permitir a geração de caixa.

Com cerca de 90% da safra já plantada e modelos climáticos indicando normalidade, é fundamental que os agricultores adotem uma gestão rigorosa de custos e atenção às relações de troca para permitir a geração de caixa e superar os desafios do setor.

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Country manager da Mosaic no Brasil, Eduardo Monteiro foi o convidado do décimo episódio do Raiz do Negócio, sua estrada entre o campo e a Faria Lima, parceria de InfoMoney e The AgriBiz (Foto: Reprodução)

O agronegócio brasileiro atravessou 2025 sob o peso de um endividamento historicamente elevado e de um ritmo mais lento no mercado de fertilizantes. Essa é a avaliação de Eduardo Monteiro, country manager da Mosaic no Brasil e convidado do décimo episódio do Raiz do Negócio, podcast feito em parceria entre o InfoMoney e o The AgriBiz. 

Durante a entrevista, Monteiro diz que os números do setor não deixam espaço para dúvidas. A dívida financeira do agronegócio gira em torno de R$ 188 bilhões, o que equivale a aproximadamente duas safras e meia de geração de caixa. 

Para ele, trata-se de um nível de alavancagem alto, agravado por juros momentaneamente elevados. Embora a taxa básica seja de cerca de 15%, ressaltou, o risco do agronegócio faz com que o custo final supere 20% ao ano. “Isso traz um desafio adicional ao agricultor, que é um segmento que necessita de financiamento”, afirmou. 

Leia também: Demanda por fertilizantes no Brasil deve subir para 58,5 mi toneladas/ano em 2030

No mercado de fertilizantes, o ano começou com otimismo, mas perdeu força no final do primeiro trimestre e início do segundo. Uma das principais razões foi a disponibilidade limitada de crédito. Muitas intenções de compra firmadas com agricultores não se concretizaram por falta de garantias, pela liberação mais lenta de recursos do Plano Safra e por exigências maiores dos bancos. 

Como consequência, o crescimento esperado de cerca de 4% não deve se confirmar. A estimativa agora é de 1% a 2%, o que representa de 1 a 2 milhões de toneladas a mais que no ano passado. Monteiro destaca, porém, um ponto relevante: esse aumento ocorre em toneladas absolutas. Quando convertido em nutrientes, métrica que realmente define a aplicação no solo, o volume será muito semelhante ao do ano anterior. 

Maratona, não sprint 

Monteiro lembrou também que a agricultura é um setor cíclico, com mais cara de uma maratona do que uma corrida de 100 metros. E que, por isso, exige preparo. Há produtores que aproveitaram os anos da pandemia e do pós-pandemia para constituir reservas, poupar e se posicionar melhor. Houve, porém, quem se alavancou mais, sofreu com eventos climáticos ou adotou processos de gestão de risco menos eficazes. Esse segundo grupo, ainda que pequeno, segundo o executivo, contribuiu para o aumento expressivo de recuperações judiciais ao longo do ano. 

Para ele, a principal forma de atravessar esse ambiente é investir em tecnologia, aumentar a produtividade e gerar mais fluxo de caixa para conseguir honrar compromissos. Com cerca de 90% da safra já plantada e modelos climáticos indicando normalidade, ele reforça que 2025 não oferece espaço para erros: gestão rigorosa de custos, atenção às relações de troca e foco na rentabilidade são fundamentais para permitir geração de caixa.

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