O ano de 2026 promete mudanças significativas no cenário macroeconômico global, e os investidores precisam se preparar. Giuliano De Marchi, Head of Latin America do JP Morgan Asset Management, traçou perspectivas sobre economia americana, taxas de juros e mercados internacionais, durante participação no programa Outliers Infomoney.
Segundo De Marchi, a política fiscal dos Estados Unidos terá papel central no próximo ano. Ele destacou o impacto do chamado Big Beautiful Act, de Donald Trump, que prevê devoluções de impostos aos cidadãos americanos.
“A gente vai ver um inflow [uma grande entrada de dinheiro na economia] para o consumidor… a economia americana crescendo de março a julho”, afirmou.
Além do estímulo fiscal, o executivo comentou a política monetária do Federal Reserve (FED). Apesar da expectativa de dois cortes na taxa de juros, ele acredita que a redução ocorrerá de forma controlada, mantendo a taxa em níveis relativamente altos.
“Isso faz com que a economia não comece a acelerar muito rápido também”, explicou.
O cenário internacional também chamou atenção. De Marchi lembrou que mercados fora dos EUA têm superado o americano, com a maior outperformance desde 1993.
Metade desse resultado vem da valorização das moedas locais frente ao dólar, e a outra metade da apreciação de múltiplos.
O executivo compartilhou suas análises no podcast Outliers Infomoney, apresentado por Clara Sodré e Fabiano Cintra.
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Gestão ativa e ganhos a longo prazo
Durante a entrevista, De Marchi reforçou a importância da gestão ativa em investimentos. Ele explicou que, embora exija paciência, a estratégia pode gerar retornos acima da média de 1% a 3% em produtos mais voláteis.
“Esse 1% ou 2%, se você aplicar com juros compostos ao longo de 20 ou 30 anos, faz toda a diferença: você pode se aposentar em uma casa com piscina ou em um apartamento pequeno”, comparou.
O executivo também deixou um recado direto ao investidor brasileiro. Para ele, investir internacionalmente não é apenas uma oportunidade, mas uma questão de prudência.
“Você vai ficar para trás, vai deixar dinheiro na mesa se você não fizer, é fundamental, você tem que fazer”
De Marchi sugeriu que investidores com horizonte de 2 a 3 anos considerem destinar entre 20% e 40% de seus ativos líquidos a mercados internacionais.
Ele lembrou que o Brasil representa apenas 1% das oportunidades globais, deixando 99% do potencial de crescimento fora do país.
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