BBAS3: Pressão do Agro Continua no 3T e Traz Corte de Projeções
O Banco do Brasil (BBAS3) enfrentou mais um trimestre fraco, com uma piora nos resultados influenciada pela inadimplência no agronegócio e aumento das provisões. O lucro líquido ajustado do banco estatal foi de R$ 3,785 bilhões, uma queda de 60,2% em relação ao mesmo período de 2024. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) fechou o terceiro trimestre em 8,4%, o menor nível desde 2016.
A XP Investimentos destacou que o lucro ficou ligeiramente acima da sua estimativa de R$ 3,6 bilhões, devido a despesas tributárias positivas, enquanto o desempenho da operação principal permaneceu pressionado. O custo de crédito aumentou para R$ 7,9 bilhões, impulsionado por uma maior deterioração da qualidade de crédito em todos os segmentos. O índice de inadimplência subiu para 4,93% no terceiro trimestre, contra 4,21% no terceiro trimestre de 2024 e 3,33% no terceiro trimestre do ano passado.
Principais Fatores Negativos
- Inadimplência no agronegócio: seguiu em forte trajetória de deterioração, atingindo 5,34% (+1,85 ponto percentual, ou pp, trimestre a trimestre; +3,37 pp anualmente), com concentração nas cadeias de soja e milho na região Centro-Oeste.
- Custo de crédito saltou +77,7% ano a ano e +12,7% ante o 2T25, totalizando R$ 17,9 bilhões, refletindo a piora rápida da qualidade da carteira e o fluxo concentrado de vencimentos do crédito agrícola no trimestre.
- Gradual avanço da inadimplência também no segmento de PF, impactado pelo agro, pois cerca de 40% da carteira PF são de produtores rurais.
A Genial Investimentos ressalta que a recuperação estrutural do banco estatal dependerá da capacidade do BB de renegociar, sanear e limpar a carteira rural, cujos efeitos se estendem às carteiras de PJ e PF. Os analistas esperam que as ações reajam negativamente no curto prazo, refletindo o resultado fraco e a revisão para baixo do guidance.
No entanto, a Genial acredita que há espaço para melhora gradual dos fundamentos e rentabilidade à medida que o ciclo de crédito rural se normalize. Além disso, um cenário de alternância presidencial em 2026 poderia atuar como catalisador adicional de reprecificação, reduzindo a percepção de risco político e destravando os múltiplos do setor público.
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