Opinião: COP30 é momento decisivo para o setor privado decidir por um futuro
A mensagem do secretário-geral da ONU é clara: a humanidade ultrapassou o limite de aquecimento global de 1,5°C, mas ainda há tempo para mudar o curso das mudanças climáticas. A meta do Acordo de Paris reflete uma transformação de longo prazo, e o que importa agora é a rapidez e a determinação com que agimos para reduzir as temperaturas globais e conter seus impactos.
Essa recuperação depende, acima de tudo, de um setor: o empresarial — apoiado por governos que estabeleçam regras claras, consistentes e incentivos que favoreçam as fontes limpas em detrimento dos combustíveis fósseis. A história não lembrará quem fez mais promessas, mas quem as cumpriu. Há quase uma década, empresas vêm se comprometendo com o Acordo de Paris. A COP30, em Belém do Pará, deve ser o momento em que o setor privado avance de forma decisiva.
Algumas empresas já mostram como isso pode ser feito. A Neoenergia adota a sustentabilidade como pilar estratégico de criação de valor a longo prazo, promovendo um sistema de energia mais limpo, resiliente e inclusivo. O Ingka Group/Ikea, por sua vez, tornou a sustentabilidade no seu próprio modelo de negócio, eletrificando suas frotas de entrega, investindo em energia renovável e oferecendo serviços circulares para prolongar a vida útil dos produtos.
Desafios e oportunidades
Os desafios são grandes, mas as oportunidades também. O custo das energias renováveis teve recordes de queda e os investimentos em energia limpa chegaram a US$ 2 trilhões em 2024 — quase o dobro do aplicado em combustíveis fósseis. A inteligência artificial generativa já permite rastrear emissões, monitorar cadeias de suprimentos e medir impactos em tempo real.
As empresas devem investir agora em capacitação e requalificação, garantindo que os benefícios da economia verde sejam amplamente compartilhados. Uma força de trabalho preparada para o clima não é caridade — é competitividade. A transição para uma economia líquida zero e resiliente também é humana.
- A sustentabilidade já é parte do núcleo das operações para 86% dos CEOs.
- 96% dos CEOs veem a inovação como central à sustentabilidade.
- 92% dos líderes empresariais consideram essencial a harmonização das políticas globais.
Na COP30, o mundo não perguntará se as empresas compreendem o desafio, mas se estão entregando resultados. O tempo para hesitar acabou. O setor privado precisa trabalhar com os governos — e não à margem deles — para alinhar padrões, reduzir riscos de capital e criar mercados previsíveis para bens e serviços de baixo carbono.
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