Ao declarar que a operação Contenção, realizada pelas polícias do Rio e que deixou 121 mortos, foi uma “matança”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quis deixar um registro de manifestação sobre o assunto para o futuro, ocasião em que eventuais investigações podem chegar à conclusão de abusos. A ideia do petista, segundo aliados, é não ser responsabilizado politicamente pela omissão. Além disso, apoiadores acham importante demarcar que o governo federal não vê como aceitáveis possíveis violações de direitos humanos, mesmo que os atos de repressão sejam populares.Aliados próximos do presidente afirmam, reservadamente, que a estratégia de esperar para dar uma declaração pública também foi proposital. O Palácio do Planalto não quis dar corda a uma disputa midiática com a gestão de Cláudio Castro, mas o presidente avaliou ser necessário dar sua visão após os primeiros dias da operação, considerada a mais letal da história do país. Leia tambémReação ao Copom, Petrobras, Tesla, falas do Fed e mais destaques desta quinta-feiraAs principais notícias que devem movimentar os bastidores da política, do mundo e dos mercados hojeGilmar defende ação conjunta contra crime no Rio e critica falta de políticasMinistro do STF disse que o Judiciário pode acelerar o combate ao crime organizado, mas cobrou atuação coordenada entre poderes e políticas permanentes nas favelas “O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”, afirmou Lula em entrevista a agências internacionais em Belém, cidade que vai sediar a COP30 nas próximas semanas.O presidente também disse que “houve uma matança” e que “é importante investigar em que condições ocorreu”. A escolha de falar a agências internacionais não foi trivial. Lula quis falar também para o público externo — na imprensa internacional a operação foi retratada majoritariamente de maneira negativa. Embora a operação traga ganhos de popularidade ao Castro no curto prazo, assessores próximos de Lula fazem um paralelo dessa operação com a que matou 111 detentos no Carandiru. No longo prazo e na História, o governo Fleury ficou marcado pelas execuções.Um aliado que esteve com o presidente ao longo da terça-feira em Belém diz que a fala de Lula é lastreada na comparação com outras operações de combate ao crime organizado.O exemplo usado mais por assessores de Lula é o da Operação Freedom, deflagrada pela Polícia civil da Bahia, estado governado pelo PT, na própria terça-feira. A polícia baiana deflagrou a operação com o intuito de desarticular o núcleo armado…
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