Argentina de Milei Inicia Ciclo Econômico à la Plano Real

A Argentina, sob o governo de Javier Milei, está iniciando um ciclo econômico semelhante ao do Brasil nos anos 1990, quando o Plano Real consolidou o controle da inflação e pavimentou um longo período de crescimento, segundo Paolo Di Sora, CIO da RPS Capital. Essa aposta na recuperação econômica da Argentina ganhou força com os sinais de apoio americano ao governo de Milei.

Di Sora destaca que o interesse dos Estados Unidos em apoiar empresas americanas a investir na Argentina pode reduzir o risco percebido pelos estrangeiros, o que é crucial para restaurar a confiança de longo prazo em um país que ainda precisa atrair investimento direto estrangeiro (FDI) e construir reservas cambiais. Além disso, a engenharia financeira, com a possibilidade de modelos de financiamento em dólar e algum backstop do governo americano, é fundamental para o crescimento econômico sustentável.

Ele lembra que o Brasil viveu um momento semelhante após o Plano Real, quando o ciclo de commodities ajudou a acumular reservas e reduzir riscos cambiais. A Argentina ainda precisa construir essa reserva para entrar num ciclo de trade mais saudável. Apesar das diferenças estruturais, Di Sora vê nos países emergentes um padrão comum: volatilidade política, risco elevado e ciclos de oportunidade.

Risco e Resiliência nos Emergentes

O investidor em mercados emergentes assume um risco maior, mas há escalas. Na Argentina, o risco é maior, mas também o potencial de retorno. Di Sora traçou paralelos com outros mercados que viveram crises, como Rússia, China e Peru, e lembrou que o investidor estrangeiro, por vezes, enxerga oportunidades antes do local.

A vitória recente do partido de Javier Milei nas eleições legislativas reforçou a confiança de Di Sora na tese argentina. Para ele, o sucesso das reformas liberais pode contaminar positivamente o debate econômico brasileiro. Acredita-se que uma economia liberal, com contas organizadas e juros reduzidos, colherá um PIB mais alto e melhor distribuição de renda.

• Volatilidade política: um desafio comum nos países emergentes.
• Risco elevado: um fator a considerar para investidores em mercados emergentes.
• Ciclos de oportunidade: a chance de crescimento econômico sustentável em países como a Argentina.

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