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Crianças e Telas: O Problema Vai Além do Tempo de Uso da IA

A preocupação com o tempo de tela infantil não é mais o único foco do debate sobre crianças e telas. Especialistas apontam que a questão envolve também o que as crianças estão fazendo e com quem estão conversando durante o tempo de tela. A mediação adulta é fundamental para que a inteligência artificial seja utilizada de forma produtiva e sem danos ao desenvolvimento emocional e cognitivo.

A psiquiatra infantil Maria Alice Carneiro ressalta que o tempo de tela infantil continua importante, mas hoje divide o foco com o conteúdo consumido pela criança. Ela cita estudos que tentam entender o prejuízo das duas coisas, pois há diferenças enormes entre assistir a vídeos educativos e viver uma realidade paralela em jogos de imersão.

O Cérebro Infantil e o Excesso de Estímulos

A psicóloga Isadora Fonseca recebe um tipo de paciente com frequência cada vez maior: crianças entre 5 e 7 anos com sintomas decorrentes do uso excessivo de telas na infância. Ela explica que o excesso de estímulos pode prejudicar a atenção sustentada e a capacidade de se concentrar em uma mesma atividade por mais tempo.

Isadora também destaca o perigo das “relações parassociais”, que é quando a pessoa cria vínculos com algo que não devolve afeto real, como os “amiguinhos” virtuais. Ela alerta que, dependendo da interação com a IA, a criança pode desenvolver vieses ou comportamentos distorcidos.

Pais e Cuidadores: Diálogo, Limites e Vigilância Constante

As especialistas enfatizam que a intermediação de um adulto na relação de crianças com as telas é insubstituível. O diálogo constante é bem mais eficaz do que a punição, e estabelecer limites sem precisar punir é fundamental. A psiquiatra Maria Alice Carneiro cita como exemplo os casos de transtornos alimentares, em que a falta de vigilância pode ter consequências sérias.

Isadora Fonseca destaca que o caminho para o equilíbrio passa também por reaprender o valor da simplicidade. “Quando em excesso, mesmo os brinquedos físicos tiram da criança a função simbólica, a criatividade. A infância precisa de espaço para imaginar, criar e inventar – menos é mais”, afirma.

Por fim, as especialistas enfatizam que a tecnologia pode ser uma aliada, desde que mediada por adultos conscientes. “Os pais precisam ensinar o uso, não apenas permitir o acesso”, resume Maria Alice Carneiro. Isadora Fonseca complementa: “A criança aprende pelo olhar do outro. Se o adulto conversa e impõe limites coerentes, ela vai entender que o digital faz parte da vida, mas não substitui a realidade”.

  • É fundamental que os pais estejam atentos ao uso de telas pelas crianças e estabeleçam limites claros.
  • A mediação adulta é essencial para que a inteligência artificial seja utilizada de forma produtiva e sem danos ao desenvolvimento emocional e cognitivo.
  • A simplicidade e a criatividade são fundamentais para o desenvolvimento saudável das crianças.

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