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A Política Monetária e a Selic: Entendendo o Impacto na Economia
A política monetária é uma ferramenta crucial para o Banco Central garantir a estabilidade do poder de compra do real. Quando a inflação aumenta, o BC eleva os juros para reduzir a atividade econômica e, consequentemente, a alta dos preços. No entanto, mesmo com a Selic em 15% ao ano, o impacto na economia não é tão significativo quanto o esperado, de acordo com o banco Inter.
Um relatório da instituição afirma que, apesar da Selic estar no maior patamar em quase vinte anos, os últimos três anos de juros contracionistas não surtiram o efeito desejado na atividade econômica. Os pesquisadores André Valério e Gustavo Menezes destacam que a economia segue aquecida, mesmo com uma política monetária contracionista desde 2022.
Os Canais de Repasse da Política Monetária
Existem três canais que levam as consequências de uma Selic mais alta à economia real: câmbio, riqueza e expectativas, e crédito. No entanto, esses canais estão “entupidos”, o que significa que a política monetária não está surtindo o efeito esperado.
- O câmbio: a valorização da moeda é um dos efeitos esperados de juros altos, mas o real não tem valorizado proporcionalmente em relação aos pares latino-americanos.
- A riqueza e expectativas: o impacto dos aumentos da Selic nos juros longos vem caindo desde 2008, o que dificulta o trabalho do Banco Central.
- O crédito: o repasse da política monetária através do crédito ficou ligeiramente mais eficiente, mas ainda é limitado por spreads historicamente altos e concentração bancária no País.
A perda de efetividade dos canais pode estar relacionada à falta de confiança na meta de inflação de 3%. A taxa de juros resultante de uma meta inédita de 3% de inflação e um ajuste fiscal ainda pendente é um custo extremamente alto na política monetária.
Conclusão
Em resumo, a Selic de 15% ao ano não está gerando o efeito esperado na economia, de acordo com o banco Inter. A política monetária está enfrentando desafios, incluindo a perda de efetividade dos canais de repasse e a falta de confiança na meta de inflação. Mais harmonia entre as políticas monetária e fiscal permitiria a convergência da inflação para a meta e ancoragem das expectativas, tornando a normalização da Selic mais rápida e o crescimento da economia brasileira menos impactado.
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