Crise do Metanol: Falsificação de Bebidas Destiladas Aumentou 25% em 1 Ano
A falsificação de bebidas destiladas no Brasil registrou um aumento de 25,8% em um ano, de 2023 para 2024, de acordo com dados da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD). Esse aumento está no centro de uma crise envolvendo a contaminação de bebidas como vodca e gin com metanol, que resultou em envenenamentos e pelo menos cinco mortes.
Os produtos destilados são os mais afetados pelo mercado ilegal, com 33% do mercado total brasileiro de uísque sendo ilegal, seguido por 27% para vodca, 18% para cachaça, 15% para gin e 7% para outros destilados. Já no caso da cerveja, 2% do mercado é ilícito, e no do vinho, 7%.
Migração no Perfil de Ilicitudes
O setor de bebidas destiladas observou uma migração no perfil de ilicitudes envolvendo seus produtos no último ano. A associação representante do setor espera que medidas de fiscalização no interior do país surtam o mesmo efeito das ações de fronteira.
De acordo com o presidente da ABBD, José Eduardo Macedo Cidade, “as ações de fiscalização que estão sendo realizadas demonstraram uma queda no mercado ilícito total, com um direcionamento para a falsificação interna”. Isso significa que, embora o contrabando e o descaminho tenham diminuído, a falsificação interna aumentou.
- A redução nos casos de contrabando e descaminho de bebidas destiladas em 2024 foi de 25,2% em comparação com 2023.
- O crescimento no crime de falsificação foi quase da mesma dimensão no mesmo período, 25,8%.
- A perda fiscal causada por ilicitudes atreladas às bebidas foi de R$ 28 bilhões em 2024, o equivalente a 12% de todo o orçamento do SUS no mesmo ano.
Fiscalização e Punição Mais Dura
A principal reivindicação da ABBD é a caracterização da falsificação de bebida alcoólica como crime hediondo. Isso significa que a legislação deve ser mais severa para quem falsifica bebidas, e o Congresso deve avançar nos projetos que tratam desse crime.
Embora o mercado legal de destilados tenha crescido 0,4% em 2024, o ilícito reduziu cerca de 12%. No entanto, estima-se que a parcela ilegal em 2024 tenha movimentado o mesmo que 158 milhões de garrafas de 750mL de destilados.
Este conteúdo pode conter links de compra.
Fonte: link