Agricultores Franceses Protestam Contra Acordo UE-Mercosul
Centenas de tratores ocuparam dezenas de cidades e vilarejos na França, o maior produtor agrícola da Europa, em protesto contra o acordo de livre comércio da União Europeia com países da América do Sul, conhecido como Mercosul. Os agricultores alegam que o acordo representa um risco de concorrência desleal e pedem que o governo francês barre a aprovação do tratado.
As manifestações, organizadas por sindicatos rurais de forte influência, visam pressionar o governo a tomar medidas para proteger os agricultores franceses. Arnaud Rousseau, presidente da FNSEA, destacou que o protesto foi convocado principalmente contra o acordo com o Mercosul, mas também em resposta às tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à entrada de produtos que não respeitam os padrões franceses.
As principais preocupações dos agricultores incluem:
- A entrada de produtos mais baratos, que poderiam prejudicar a competitividade dos produtos franceses;
- A falta de garantias de que concorrentes latino-americanos cumpram regras sanitárias e ambientais europeias;
- A ineficácia das cláusulas de salvaguarda incluídas no texto final do acordo, que seriam lentas e complexas de acionar.
A ministra da Agricultura, Annie Genevard, elogiou a inclusão das salvaguardas, mas reconheceu que medidas adicionais são necessárias para proteger plenamente os agricultores franceses e europeus. As associações que representam produtores franceses de carne, aves, beterraba, açúcar, etanol e grãos pedem que Paris se recuse a assinar o tratado e busque formar uma coalizão com outros países da UE para barrar a ratificação.
O acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul precisa de aprovação do Parlamento Europeu e de maioria qualificada entre os 27 países-membros. A Comissão Europeia publicou o texto final do tratado neste mês, e a UE tem acelerado negociações para diversificar acordos comerciais diante da guinada protecionista dos EUA sob Trump.
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