Na última sessão, o dólar experimentou uma notável queda, atingindo R$ 5,27, um movimento diretamente influenciado pela decisão do Federal Reserve (Fed) de promover um corte nas taxas de juros. A medida, já antecipada pelo mercado, ganhou contornos ainda mais impactantes com a sinalização de que novas reduções podem estar a caminho, intensificando a pressão sobre a divisa americana.
O Fed não apenas confirmou o esperado corte de juros, mas também surpreendeu ao indicar que este pode ser o início de um ciclo de afrouxamento monetário mais agressivo do que o inicialmente previsto. As projeções atuais apontam para a possibilidade de dois cortes adicionais ainda em 2025, o que, somado a um discurso considerado “brando” pelo presidente do Fed, Jerome Powell, desencadeou uma onda de otimismo nos mercados globais.
Historicamente, as ações brasileiras tendem a apresentar um desempenho superior em relação aos benchmarks globais após o início de ciclos de cortes de juros nos EUA. Um estudo revelou que, em média, o MSCI Brazil registrou um retorno de 34,0% no ano seguinte ao primeiro corte do Fed, superando tanto o MSCI Mercados Emergentes quanto o MSCI ACWI (excluindo EUA).
Impacto setorial e alternativas de investimento
É importante notar que o impacto dos cortes de juros varia entre os setores da economia. Setores ligados a commodities, por exemplo, tendem a apresentar um desempenho inferior no período que antecede o primeiro corte, mas se recuperam e superam os setores domésticos após o início do ciclo de afrouxamento monetário.
Além disso, as ações brasileiras também têm demonstrado um desempenho superior em relação aos ativos de renda fixa. Embora os títulos prefixados, medidos pelo índice IRF-M, liderem os retornos dentro da renda fixa, eles ainda ficam atrás da Bolsa, o que reforça a atratividade do mercado acionário em um cenário de juros em declínio.