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Brasil mantém, EUA cortam: XP e Kinea projetam os próximos passos dos juros

Copom deve manter a taxa Selic em 15% até que se consolide a melhora recente das perspectivas para a inflação, o que deve ocorrer apenas no início de 2026 (Divulgação/XP)

O Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia nesta quarta-feira (17) a decisão sobre a taxa Selic em meio a um cenário de incertezas no Brasil e de expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos.

A avaliação predominante entre os especialistas é de que o Banco Central brasileiro deve manter os juros em 15%, reforçando a necessidade de uma política monetária restritiva por mais tempo, enquanto o Federal Reserve deve iniciar um ciclo de flexibilização.

Segundo Caio Megale e Rodolfo Margato, economistas da XP, e Vagner Alves, gestor da Kinea Investimentos, os dados recentes de inflação e câmbio ajudam a consolidar um ambiente de menor pressão de preços.

Ainda assim, o mercado de trabalho aquecido e a inflação acima da meta sustentam a estratégia do Copom de segurar a Selic em patamar elevado por um “período prolongado”, com a possibilidade de novos ajustes se necessário.

Selic: corte só deve ocorrer em 2026

O grupo avalia que um corte de juros no Brasil só deve ocorrer em 2026, com chances reduzidas de mudanças ainda em dezembro.

Para janeiro, o cenário-base da XP projeta o início de um ciclo de cortes de 0,50 ponto percentual por reunião, levando a taxa básica a 12% após seis reduções consecutivas.

Nos EUA, a provável queda dos juros pelo Fed tem favorecido emergentes, incluindo o Brasil, via taxa de câmbio.

Mas fatores domésticos podem limitar cortes mais intensos no país: o risco fiscal segue no radar, especialmente diante das eleições de 2026 e da possibilidade de novos estímulos.

Para os especialistas, só uma combinação de reformas fiscais e melhora estrutural nas contas públicas permitirá ao BC conduzir uma política monetária neutra sem reabrir o debate sobre dominância fiscal.

Principais pontos da análise

Manutenção da Selic em setembro

  • Expectativa unânime de que o Copom preserve os juros em 15%;
  • BC deve adotar tom duro, reforçando política restritiva por tempo prolongado;
  • Inflação dá sinais de desaceleração, mas mercado de trabalho segue aquecido.

Quando cortar os juros?

  • Cortes só devem começar em 2026, avaliam XP e Kinea;
  • Chances baixas de redução já em dezembro; janeiro é o cenário mais provável;
  • XP projeta ciclo inicial de 0,50 p.p. por reunião, levando Selic a 12%.

Intensidade e trajetória do ciclo

  • Possibilidade de cortes de 0,25 p.p. em janeiro, mas cenário-base indica 0,50 p.p.;
  • Ciclo pode alcançar até 4 pontos percentuais até 2026, caso o mercado se anime;
  • Juros reais devem se estabilizar em torno de 7,5%, acima do nível neutro.

Riscos no horizonte

  • Cenário externo favorece emergentes com cortes pelo Fed;
  • Risco principal é doméstico: eleições de 2026 podem trazer estímulos e pressionar a inflação;
  • Sem reformas fiscais e ajuste estrutural nos gastos, risco de dominância fiscal pode voltar.

Confira mais análises e projeções dos economistas da XP, além de oportunidades de investimento em meio ao cenário de juros reais ainda elevados, no nosso relatório de “esquenta do Copom”:

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