O mercado brasileiro chega à Super Quarta em clima de expectativa. O Ibovespa renovou recordes ao alcançar 144.584 pontos, sustentado pelo fluxo comprador e pelo otimismo local, enquanto o dólar futuro segue pressionado, acumulando queda de quase 19% em 2025 e testando suportes decisivos.

O contraste entre a força da Bolsa e a fraqueza do câmbio aumenta a tensão em um pregão, nesta quarta (17), que promete ser marcado pela volatilidade.

Lá fora, os olhos se voltam para o Fed, que deve anunciar um corte de 0,25 ponto percentual, levando a taxa para o intervalo de 4,00% a 4,25%. Apesar do consenso, há dúvida entre analistas se esse será o início de um ciclo contínuo de afrouxamento ou apenas um ajuste pontual.

Dados recentes de emprego mais fracos e a inflação ainda pressionada alimentam a divisão. Ao mesmo tempo, sinais de desaquecimento global, como os indicadores da China e a prévia do PIB local, reforçam a cautela nos mercados internacionais.

No Brasil, a expectativa é de que o Copom mantenha a Selic em 15% ao ano, mas projeções indicam espaço para queda gradual até 12,25% em 2026.

O resultado da reunião será crucial para os próximos movimentos de capital, podendo impulsionar o Ibovespa a novas máximas ou estimular correções mais fortes, ao mesmo tempo em que o dólar tenta se sustentar em patamares críticos de suporte.

Para entender até onde o preço do Ibovespa (IBOV) e do Dólar futuro (WDOFUT) podem ir, confira a análise técnica completa e os principais pontos de suporte e resistência.

Análise técnica Ibovespa (IBOV)

Na análise do gráfico diário, observo que o Ibovespa mantém tendência de alta firme, reforçada pela marcação de um novo topo histórico em 144.584 pontos. O índice fechou a última sessão em alta de 0,36%, cotado a 144.061 pontos, mantendo-se acima das médias de 9 e 21 períodos, ainda que já com certo afastamento em relação a elas.

No acumulado de setembro, o índice soma +1,87%, e em 2025 já acumula uma valorização expressiva de +19,77%. O IFR (14) em 67,41 pontos indica aproximação da região de sobrecompra, o que sugere possível movimento corretivo de curto prazo.

Para dar continuidade ao fluxo comprador, será necessário romper de forma consistente o topo em 144.584 pontos, liberando espaço para objetivos intermediários em 144.700/145.875 pontos e, em uma projeção mais esticada, para 147.700/148.625 pontos.

Por outro lado, caso ocorra realização, os principais suportes estão em 143.408/142.240 pontos; a perda dessa região pode abrir espaço para alvos em 141.000/139.580 pontos, com extensões em 137.058 e 133.875 pontos.

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Análise técnica Dólar futuro (WDOFUT)

No dólar futuro, a pressão vendedora segue predominante desde o fim de 2024, quando o ativo testou a resistência em 6.704,5 pontos. Desde então, o movimento descendente levou à renovação sucessiva de mínimas ao longo de 2025, acumulando até o momento uma queda de 18,79% no ano.

Na última sessão, a moeda americana recuou 0,46%, fechando em 5.313 pontos, renovando a mínima de 2025 em 5.310 pontos, abaixo inclusive da mínima de 2024 em 5.313 pontos. Agora, o mercado volta as atenções para a possibilidade de teste da mínima de 2023 em 5.278 pontos.

O IFR (14) em 25,96 pontos reforça a condição de sobrevenda, o que pode abrir espaço para repiques de curto prazo. Para sinalizar reação compradora, o ativo precisará superar a faixa de 5.340/5.371,5 pontos, o que abriria caminho para 5.400/5.431,5 pontos e, em movimento mais amplo, para 5.539/5.565 pontos.

Se, no entanto, perder de forma consistente o suporte em 5.310/5.287 pontos, o fluxo de baixa tende a se intensificar, com alvos projetados em 5.278/5.240 pontos, estendendo-se até 5.171/5.143 pontos.

Suportes e resistências

Ibovespa
Com base no fechamento do dia, aos 144.061 pontos, o índice conta com:

• Suportes de curto prazo em 143.408 (1), 142.240 (2) e 141.000 (3); e resistências em 144.584 (1), 145.875 (2) e 148.625 (3).
• Suportes de médio prazo em 139.580 (1), 137.058 (2) e 133.875 (3); e resistências em 147.700 (1), 148.625 (2) e 150.000 (3).

Dólar Futuro
Com base no fechamento do dia, aos 5.313 pontos, o contrato conta com:

• Suportes de curto prazo em 5.310 (1), 5.287 (2) e 5.240 (3); e resistências em 5.340 (1), 5.371,5 (2) e 5.431,5 (3).
• Suportes de médio prazo em 5.278 (1), 5.171 (2) e 5.143 (3); e resistências em 5.539 (1), 5.565 (2) e 5.600 (3).

(Rodrigo Paz é analista técnico)

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