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Seis motivos para o mercado ficar de olho na JBS (JBSS32), segundo Morgan Stanley

JBS (JBSS3)

A diretoria da JBS (BDR: JBSS32) estará na 28ª Conferência da América Latina (LatAm Conference) em Londres nesta semana, sediada pelo Morgan Stanley. Em relatório divulgado na última sexta-feira (5), os analistas listaram seis motivos para os investidores acompanharem as atualizações da companhia. Além disso, eles reforçam a recomendação de compra das ações.

Os analistas do Morgan Stanley reforçaram a visão que os preços das carnes de frango nos Estados Unidos continuarão altos por algum tempo, conforme as perspectivas mais limitadas de um crescimento na oferta no ano que vem, por conta de problemas estruturais na indústria, assim como uma maior demanda por aves.

No último, há um cenário macroeconômico resiliente, com preços mais altos da carne bovina (com a projeção americana indicando que a produção de carne bovina deve cair mais de 2% no ano contra ano em 2026, o nível mais baixo em cerca de uma década).

“No Brasil, a história é semelhante (cenário macro resiliente, oferta limitada, preços mais altos da carne bovina), mas com o adicional de uma forte demanda internacional (de fato, as exportações brasileiras de aves continuam surpreendendo positivamente em 2025)”, diz o documento.

O documento destaca que as evidências de curto prazo para a tese aparecem nos números do 3º trimestre, sem correções relevantes nas margens do frango até o momento. Nos EUA, eles estimam que entre julho e agosto, as margens caíram apenas cerca de 0,20 ponto percentual em relação ao segundo trimestre, que foi bem forte.

Superciclo global da carne bovina

O segundo ponto do Morgan Stanley é a visão de uma menor oferta dos principais produtores e demanda que deve impulsionar valores globais da carne bovina. De acordo com o relatório, é possível que aconteça um grande ajuste na oferta de todos os principais países produtores de carne bovina. 

“Isso deve levar a uma menor produção de carne bovina, reduzindo a disponibilidade per capita de carne em cerca de 3%, segundo nossas estimativas. Esse é um movimento significativo em apenas um ano”, relatam.

Além disso, além da oferta restrita, os analistas também enxergam uma demanda global robusta e contínua por carne bovina, com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente 3% ano contra ano em 2026, sustentando essa tendência.

Acredita-se, baseado no relatório, que um superciclo global da carne bovina está começando, com uma menor disponibilidade de proteína/carne bovina na Europa e Reino Unido, ainda com uma demanda alta e persistente, que fez com que as cotações de carne bovina subindo a níveis recordes em ambas as regiões.

Carne bovina dos EUA

Apesar dos analistas apontarem desafios para a carne bovina no mercado doméstico dos EUA, há sinais de melhora de curto prazo antes que o cenário volte a piorar. Em um relatório sobre proteína, o Morgan Stanley destaca que se mantém construtivo sobre a demanda por carne bovina e aos preços do cutout (valor agregado da carcaça) em 2026. 

Porém, a disponibilidade de gado deve diminuir, já que a indústria começou a reter novilhas para reconstruir o rebanho de forma mais agressiva a partir do 2º semestre de 2025. Esse movimento deve continuar pressionando as margens dos frigoríficos locais, segundo os analistas.

Por outro lado, no curto prazo, existem sinais positivos. Até agora, o terceiro trimestre de 2025 tem margens melhores, com cerca de 1,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, segundo cálculos baseados nos beef spreads (diferença entre o preço da carne e o custo do gado).

Recuperação e reprecificação

Os três últimos pontos do Morgan Stanley sobre a JBS tratam da recuperação de margens da carne bovina nos EUA no curto prazo, da melhora esperada na geração de caixa livre no segundo semestre e do potencial de reprecificação das ações, que ainda negociam a múltiplos atrativos em relação aos pares internacionais.

O Fluxo de Caixa Livre (FCF) da JBS passou a melhorar significativamente na segunda metade do ano, segundo os analistas. “A geração de caixa foi, em nossa visão, o principal destaque negativo do primeiro semestre de 2025, com a JBS consumindo cerca de US$ 970 milhões em FCFE (Fluxo de Caixa Livre para o Acionista) em meio a uma dinâmica desafiadora de capital de giro”, afirmam.

Eles acreditam que essa dinâmica já tenha ficado para trás, com a expectativa xde uma recuperação sequencial significativa na geração de caixa. O relatório aponta a possibilidade da JBS gerar cerca de US$ 600 milhões positivos em capital de giro no segundo semestre, de acordo com as informações atualizadas do CFO.

Sobre as ações, a Morgan Stanley acredita que a JBS ainda tem espaço para passar por um re-rating, ou seja, uma reprecificação das ações pelo mercado, que pode levar os papéis a serem negociados a múltiplos mais altos, mais próximos dos de seus concorrentes globais.

Mesmo após a valorização de 26% nos últimos 12 meses, a JBS segue com múltiplos considerados atrativos quando comparados à Tyson Foods (TSN). Hoje, a Tyson negocia a um prêmio de cerca de 20% em relação à JBS, usando o múltiplo EV/EBITDA projetado para 2026.

Mas, na prática, a Tyson também não deve apresentar crescimento relevante de EBITDA, enquanto a JBS já projeta queda de 13% nas divisões dos EUA. Se os números da Tyson fossem ajustados da mesma forma, o prêmio em relação à JBS chegaria a 40%. Para o banco, esse diferencial não se justifica, reforçando a tese de que as ações da JBS podem ser reprecificadas para cima.

Por último, “reconhecemos que a tese de reprecificação pode levar mais tempo para se materializar, já que depende de vários fatores externos (por exemplo: inclusões em índices, maior interesse de investidores globais, entrega de resultados consistentes ao longo do tempo, melhorias na transparência financeira, etc.)”, afirmam.

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