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Ibovespa com nova máxima e dólar em queda: como o payroll animou o mercado nesta 6ª?

O Ibovespa dispara mais de 1% e renova máximas históricas intradia, além dos 142 mil pontos, nesta sexta-feira (5), tendo como pano de fundo dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que corroboravam expectativas de queda dos juros da maior economia do mundo neste mês.

O benchmark da Bolsa, referência do mercado acionário brasileiro, tinha acréscimo de 1,29%, a 142.801 pontos, com nova máxima intradiária a 142.811 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial caía 0,90%, ligeiramente abaixo dos R$ 5,40.

O grande destaque do mercado ficou para o payroll, o relatório de emprego dos EUA.

A economia dos EUA criou 22 mil postos de trabalho em agosto, abaixo dos 75 mil postos da mediana de pesquisa da Reuters com economistas. A taxa de desemprego, por sua vez, ficou em 4,3%, em linha com o projetado.

Após a divulgação dos números, os rendimentos dos Treasuries apresentavam fortes baixas, em meio à leitura de que o caminho para o Fed cortar juros este mês está aberto. Às 9h55, o rendimento do Treasury de dois anos – que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo – tinha queda de 10 pontos-base, a 3,489%.

“O dado divulgado hoje confirma um menor dinamismo do mercado de trabalho, o que pode levar a balança de riscos do Federal Reserve a pender para o início do afrouxamento monetário em setembro”, avalia Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

Após os dados de hoje, Sung passou a considerar um corte na taxa de juros de 0,25 ponto percentual (p.p.) em setembro. “No entanto, a implementação das novas tarifas de importação limita o espaço para um ciclo mais agressivo de quedas, já que essas medidas tendem a pressionar a inflação”, avalia.

Para ele, o dilema do Fed é equilibrar dois riscos: reduzir os juros cedo demais, correndo o risco de estimular a economia antes que a inflação esteja devidamente ancorada, ou esperar mais tempo para avaliar a trajetória dos preços, correndo o risco de aprofundar a desaceleração da atividade.

Já Sara Paixão, analista de Macroeconomia da InvestSmart XP, aponta que, com os últimos dados indicando uma desaceleração intensa no mercado de trabalho americano, o temor do mercado passa a ser de que a economia possa desacelerar mais rápido do que o esperado, algo que ainda não é visível nos dados de atividade. O indicador divulgado hoje consolidou as apostas de que o Fed deve cortar juros nas próximas três reuniões do ano, em setembro, outubro e dezembro, mas a dúvida persiste em relação a intensidade, já que o mercado de trabalho foi a principal preocupação demonstrada pelo presidente do FED, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole.

“Lembrando que, como a taxa de juros dos Estados Unidos é o balizador de preço dos ativos globais, o movimento tende a ser positivo para curva de juros e ativos de risco das demais economias. Por isso, após a divulgação do indicador, a curva de juros brasileira e o dólar também operam em queda”, explica.

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