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Defesa afirma que Bolsonaro foi “dragado” para o 8 de Janeiro

O Supremo Tribunal Federal retomou nesta quarta-feira (3) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete acusados de arquitetar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O processo é considerado um dos mais relevantes da história recente do tribunal por envolver, pela primeira vez, um ex-presidente da República e militares de alta patente sob acusação de crimes contra a democracia.

Na sessão desta manhã, foi a vez da defesa de Bolsonaro se manifestar. Representado pelos advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno, o ex-presidente foi descrito como alguém que teria sido “arrastado” para a crise política que culminou nos ataques de 8 de Janeiro.

Vilardi abriu a sustentação rebatendo a versão apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta Bolsonaro como mentor intelectual da trama. Segundo ele, não há provas concretas que liguem o ex-presidente ao planejamento ou execução dos atos.

“O presidente foi dragado para essa história”, afirmou, em referência à acusação de que Bolsonaro teria insuflado apoiadores contra o resultado das urnas.

A defesa também dedicou parte da fala a contestar a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, sustentando que o acordo é frágil e que as declarações do militar não podem servir como base exclusiva para uma condenação.

Na véspera, a PGR havia reforçado as acusações contra os oito réus do chamado “núcleo crucial” da conspiração, sustentando que o grupo agiu de forma coordenada para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O julgamento em andamento

A Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Cristiano Zanin, abriu na terça-feira (2) a análise da denúncia contra o chamado “núcleo crucial” da suposta trama golpista, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsável por articular medidas para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a eleição de 2022.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, apresentou um relatório de quase duas horas, resumindo as investigações conduzidas pela Polícia Federal e as alegações finais do processo. O julgamento terá sessões extraordinárias até 12 de setembro.

Quem são os réus

Além de Bolsonaro, respondem na ação:
• Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Abin;
• Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
• Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
• Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
• Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
• Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
 Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, candidato a vice-presidente em 2022.

Os oito réus são acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. No caso de Ramagem, parte das acusações foi suspensa por decisão da Câmara dos Deputados.

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