A corte iniciou os debates finais com o objetivo de concluir o processo até 12 de setembro. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, apresentou os elementos centrais da acusação. A Procuradoria-Geral da República denuncia Bolsonaro por crimes que incluem tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, conspiração para assassinar o presidente Lula e o próprio relator, e destruição de patrimônio público. A pena prevista pode chegar a 40 anos de prisão se considerado o conjunto das acusações.
Mesmo diante da gravidade das imputações, Bolsonaro mantém a negação, afirmando se tratar de perseguição política. Em contrapartida, o governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, classificou o julgamento como uma “caça às bruxas” e aplicou sanções econômicas e diplomáticas contra autoridades brasileiras envolvidas no caso.
Para reforçar a segurança e mitigar qualquer risco, o STF determinou inspeções em veículos que saem da residência de Bolsonaro e ampliou a vigilância no entorno de sua casa.
A dimensão simbólica do julgamento é significativa: pela primeira vez na história recente do Brasil, figuras de alta patente — ex-presidente e generais — estão sendo formalmente responsabilizadas judicialmente por ações contra a democracia.
O processo ocorre em meio a intensa tensão política e repercussão internacional. Bolsonaro permanece em prisão domiciliar, monitorado eletronicamente e impedido de disputar eleições até 2030. Especialistas apontam que o julgamento poderá estabelecer precedentes importantes sobre a responsabilização de autoridades eleitas que atentem contra as instituições democráticas.