A possível condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e a sucessão presidencial em 2026 já movimentam o cenário político brasileiro, segundo Gabriel Barros, economista-chefe da ARX Investimentos.
Ele projeta que, diante de uma condenação, Bolsonaro será pressionado a escolher um sucessor com reais chances de vitória para preservar seu capital político.
De acordo com Barros, dois nomes se destacam como os mais competitivos: Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e Ratinho Júnior, governador do Paraná.
“Tarcísio parte com vantagem pelo apoio de partidos de centro, que historicamente são decisivos em eleições nacionais. Ratinho Júnior também tem potencial, mas depende de maior articulação política para alcançar competitividade semelhante.”
O economista ressalta que, apesar da volatilidade esperada no curto prazo, a eleição tende a trazer mudança de governo no médio prazo.
Segundo ele, os candidatos emergentes partem de bases de rejeição relativamente baixas e têm espaço para crescer nas pesquisas, sobretudo considerando o desgaste de líderes históricos como Bolsonaro e Lula.
Barros destaca que o governo atual já começou a implementar medidas de estímulo econômico com foco político.
“O governo (Lula) está aumentando gastos e lançando programas para fortalecer a posição de seu candidato preferido, o que reforça a importância de acompanhar a política e a economia simultaneamente.”
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Estratégia fiscal e expansão de gastos
Em relação à estratégia fiscal do governo, ela tem sido marcada por forte expansão desde o início do mandato.
Antes mesmo de assumir, o governo aprovou a PEC da transição e elevou os gastos planejados em cerca de 2% do PIB, criando uma base alta para futuras expansões.
Em 2024, a expansão continuou com o pagamento de precatórios e outros gastos extraordinários.
Para 2025, o governo pretende usar fundos públicos e privados para manter estímulos econômicos, mesmo com limitações orçamentárias, reforçando o papel da política fiscal na manutenção da economia aquecida.
Barros alerta que a combinação entre decisões políticas, eleição e estímulo fiscal deve manter volatilidade nos mercados.
“O cenário de curto prazo será desafiador, mas com mudança de governo e ajustes fiscais no médio prazo, a economia tende a encontrar maior estabilidade.”
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Implicações econômicas e monetárias
A movimentação política também deve impactar o diferencial de juros e o câmbio, segundo Barros.
Ele projeta que a Selic poderá cair dos atuais 15% para cerca de 12% no início de 2025, dependendo da composição do novo conselho do Banco Central e da trajetória de juros nos Estados Unidos.
A combinação de cortes na Selic e expansão fiscal reforça a importância de monitorar a política como fator de risco e oportunidade para investidores.
Para Barros, o acompanhamento próximo da sucessão presidencial será determinante para antecipar os impactos na economia e nos mercados financeiros.
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