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Identificação de Locais de Tortura e Repressão da Ditadura no Rio

O Rio de Janeiro dará um passo importante em direção à memória e à justiça com a instalação de placas informativas que identificarão locais de tortura e repressão durante a ditadura cívico-militar (1964-1985). A Câmara Municipal do Rio aprovou uma lei que prevê a criação do Programa Memória, Verdade e Justiça Carioca, com o objetivo de lembrar as histórias que jamais deveriam ser esquecidas.

A lista dos pontos a serem identificados ainda será elaborada, mas a escolha dos locais que receberão as placas terá como fonte principal o relatório da Comissão Nacional da Verdade. Além disso, a prefeitura também considerará indicações feitas por movimentos sociais e populares, bem como organizações que militam na promoção dos princípios de Memória, Verdade e Justiça e na defesa dos direitos humanos.

Locais de Repressão e Resistência

Entre os locais que podem ser identificados estão o prédio do Dops, no Centro, o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), na Tijuca, e o Hospital Central do Exército (HCE), em Benfica. Além disso, também podem ser incluídos a Base Aérea do Galeão, o antigo Complexo Penitenciário Frei Caneca e o Instituto Penal Talavera Bruce.

Essa iniciativa é vista como um passo importante na disputa pela memória histórica do país. A vereadora Maíra do MST (PT), autora da lei, afirma que as placas cumprem um papel pedagógico e que a cidade precisa ser um espaço educativo. O professor José Maria Gómez, coordenador do livro “Lugares de Memória e Resistência no Estado do Rio de Janeiro”, também comemora a decisão, afirmando que a identificação dos lugares de memória é um passo fundamental.

Construção da Memória

A lei representa um esforço para construir a memória histórica do país e evitar o apagamento dos fatos. O músico Léo Alves Vieira, neto de um desaparecido político da ditadura, acredita que a lei é um passo importante na luta pela memória e que as placas têm uma força simbólica e real muito grande. A ativista Cecília Coimbra, presa e torturada pela ditadura, também comemora a decisão e reivindica que a lei seja ampliada para todo o país.

A instalação das placas é um desdobramento importante do trabalho da Comissão da Verdade e reafirma os princípios da democracia. A medida é bem-vinda e necessária para que a sociedade não esqueça as marcas deixadas pela ditadura.

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