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Alta de 28,6% nas exportações para a China compensa tarifaço americano

O avanço das exportações brasileiras para a China compensou a queda causada pelo tarifaço americano, iniciado em agosto, com sobretaxa de até 50% sobre as vendas brasileiras para os Estados Unidos. De acordo com o Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), o valor das exportações para a China cresceu 28,6% em relação ao mesmo período de 2024.

Os setores que tiveram os maiores tombos na exportação para os Estados Unidos no período de agosto a novembro foram:

  • Extração de minerais não-metálicos: -72,9%
  • Fabricação de bebidas: -65,7%
  • Fabricação de produtos do fumo: -65,7%
  • Extração de minerais metálicos: -65,3%
  • Produção florestal: -60,2%
  • Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos: -51,2%
  • Fabricação de produtos de madeira: -49,4%

A China é o principal parceiro comercial do Brasil, à frente dos Estados Unidos. De acordo com o Icomex, a participação da China, que recebe cerca de 30% das exportações brasileiras, contribuiu para compensar a queda das vendas para os Estados Unidos. O estudo também mostra que o volume de vendas para os Estados Unidos cresceu seguidamente de abril a julho, sempre que a comparação é com o mesmo mês de 2024. No entanto, com a entrada em vigor do tarifaço, se seguiram quatro meses de retração.

Já as exportações para a China apresentaram um salto depois que o tarifaço começou. A pesquisadora associada do Ibre/FGV Lia Valls aponta que um dos fatores que levaram ao avanço das exportações chinesas foi o embarque de soja, que ficou concentrado neste segundo semestre. No acumulado até novembro, o aumento das exportações totais do Brasil foi de 4,3% em relação aos mesmos 11 meses de 2024.

O Icomex também mostra o desempenho das exportações para o nosso terceiro principal parceiro comercial, a Argentina. De agosto a novembro, as vendas para o país cresceram 5% em valor e 7,8% em volume, em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, Lia Valls pontua que esse aumento não é determinante para compensar efeitos dos tarifaços.

O tarifaço do presidente americano, Donald Trump, entrou em vigor em agosto de 2025. Ao elevar taxas sobre produtos importados, o governo dos Estados Unidos afirma que pretende proteger a economia americana. No caso Brasil, que sofreu com uma das maiores taxas, o presidente americano chegou a alegar que se tratava de retaliação ao tratamento dado pelo Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

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