Ativos financeiros das famílias brasileiras crescem, mas seguros perdem espaço
De acordo com o Relatório de Riqueza Global da Allianz Research, os ativos financeiros das famílias brasileiras cresceram 10,1% em 2024, superando a média global e os dois anos anteriores. Esse crescimento foi impulsionado por todas as classes de ativos, com títulos subindo 10,9%, seguros e previdência crescendo 8,8% e depósitos bancários com alta de 8,2%.
No entanto, apesar do crescimento dos ativos financeiros, a participação de seguros e previdência no portfólio financeiro das famílias brasileiras caiu para 20%, uma perda de cerca de 5 pontos percentuais na última década. Isso ocorre em um contexto de desigualdade de renda no país, onde os 10% mais ricos concentram cerca de 70% da riqueza financeira.
Desigualdade de renda e seus efeitos
A desigualdade de renda no Brasil é um dos principais entraves para o avanço dos produtos de seguro e previdência. Com a concentração de riqueza nas mãos de poucos, menos famílias conseguem arcar com seguros ou produtos de poupança para a aposentadoria. No entanto, políticas de acesso, como benefícios fiscais ou subsídios, têm potencial comprovado de reduzir desigualdades.
Além disso, o investidor brasileiro se mostra relativamente sofisticado, com depósitos representando apenas 17% do portfólio das famílias, menos da metade da média dos mercados emergentes. Isso mostra que os brasileiros preferem produtos com retornos mais altos em vez de depósitos à vista.
Endividamento e perspectivas
O endividamento das famílias brasileiras cresceu 12,5% em 2024, atingindo 36% do PIB. Embora isso seja um aumento significativo, o especialista Arne Holzhausen não vê motivo para alarme, pois o nível ainda é administrável. O verdadeiro desafio para os brasileiros é a ampliação do acesso aos produtos de investimento e proteção para que mais famílias consigam poupar regularmente.
Em resumo, os ativos financeiros das famílias brasileiras cresceram em 2024, mas a participação de seguros e previdência caiu. A desigualdade de renda e a concentração de riqueza são os principais desafios para o avanço dos produtos de seguro e previdência no país. No entanto, com políticas de acesso e uma maior oferta de produtos de investimento e proteção, é possível reduzir as desigualdades e aumentar a segurança financeira das famílias brasileiras.
- Crescimento dos ativos financeiros: 10,1% em 2024
- Participação de seguros e previdência: 20% do portfólio financeiro
- Desigualdade de renda: 70% da riqueza financeira concentrada nos 10% mais ricos
- Endividamento: 36% do PIB em 2024
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