Vídeos em câmera lenta revelam detalhes das estratégias de ataque de cobras
Um grupo internacional de pesquisadores utilizou câmeras de altíssima velocidade para registrar os ataques-relâmpago de 36 espécies de cobras venenosas. As filmagens inéditas revelaram como três grandes famílias – víboras, elapídeos e colubrídeos – empregam estratégias distintas e altamente especializadas para morder e injetar veneno em suas presas.
Segundo Alistair Evans, zoólogo da Universidade Monash, na Austrália, e coautor do projeto, as serpentes operam em um universo perceptivo radicalmente diferente. As filmagens ocorreram nas instalações da VenomWorld, uma empresa que coleta veneno de cobras para a produção de antídotos.
As mais rápidas: víboras
As víboras, predadoras de emboscada por excelência, apresentaram os ataques mais rápidos do estudo. A terciopelo (Bothrops asper) atingiu uma velocidade média impressionante de 3,5 m/s (ou 12,6 km/h). Essa técnica de “morder e soltar” permite que o animal injete o veneno e recue rapidamente, evitando possíveis contra-ataques da presa.
Ataque mais lento, mas preciso: elapídeos
A segunda família analisada foi a dos elapídeos, que inclui cobras como najas, mambas e taipans. Ao contrário das víboras, esses animais se aproximam mais da presa antes de atacar, exibindo uma estratégia distinta. Seu golpe é mais controlado e repetido, garantindo que a toxina penetre com eficiência no corpo da vítima.
Feridas rasgadas e veneno por arrasto: colubrídeos
Por fim, foram estudados os colubrídeos, uma família que representa quase metade de todas as espécies de cobras conhecidas. Apesar de geralmente não serem perigosos aos seres humanos, alguns exemplares venenosos desse grupo exibem táticas de ataque únicas. Eles arranham e dilaceram o tecido da presa, criando feridas pelas quais o veneno se infiltra lentamente.
As principais estratégias de ataque das cobras incluem:
- Ataque rápido e preciso das víboras
- Ataque controlado e repetido dos elapídeos
- Arranho e dilaceração do tecido da presa pelos colubrídeos
Essa pesquisa não apenas redefine a compreensão dos ataques, mas também pode inspirar novos desenhos de roupas de proteção e estratégias de prevenção de acidentes ofídicos.
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