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Uso de Telas Cresce entre Crianças e Preocupa Especialistas no Brasil

O uso de telas e mídias digitais na primeira infância cresce de forma acelerada no Brasil, levantando alertas importantes sobre os impactos no desenvolvimento infantil. De acordo com evidências científicas reunidas pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI), quase metade das crianças de até 2 anos já acessa a internet no país, e entre aquelas de 3 a 5 anos, o índice ultrapassa 70%.

Os dados integram a publicação “Proteção à primeira infância entre telas e mídias digitais”, que reúne e analisa pesquisas nacionais e internacionais sobre os efeitos da exposição a telas em crianças de 0 a 6 anos. Segundo o estudo, o primeiro acesso à internet na primeira infância mais que dobrou em menos de uma década, passando de 11% em 2015 para 23% em 2024.

Impactos no Desenvolvimento Infantil

As evidências científicas reunidas pelo Núcleo mostram que o uso passivo e excessivo de telas está associado a alterações na estrutura cerebral relacionada à linguagem, à regulação emocional e à capacidade de controlar impulsos. Além disso, o tempo elevado diante de telas pode afetar atenção, memória, cognição social e habilidades socioemocionais.

Entre crianças de 3 a 6 anos, a exposição prolongada, acima de duas horas diárias, aparece associada a prejuízos no comportamento, na linguagem e no desenvolvimento global. O consumo de conteúdos inadequados ou violentos amplia esses riscos, aumentando a probabilidade de comportamentos hostis, ansiedade, distúrbios do sono, dessensibilização à violência e dificuldades de aprendizagem.

Importância da Mediação Adulta

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda zero exposição a telas para crianças menores de 2 anos. Dos 2 aos 5 anos, o uso deve ser limitado a até uma hora por dia, sempre com supervisão adulta. É fundamental que os pais e cuidadores estejam atentos à quantidade de tempo, à qualidade do conteúdo e à mediação ativa.

Algumas práticas indicadas incluem:

  • Evitar telas durante refeições e antes de dormir
  • Manter quartos livres de dispositivos digitais
  • Priorizar atividades ao ar livre
  • Acompanhar de perto o que as crianças consomem online

Além disso, é importante que os pais e cuidadores deem o exemplo com um uso equilibrado da própria tecnologia.

Políticas públicas intersetoriais que integrem saúde, educação, assistência social e urbanismo também são fundamentais para reduzir os impactos negativos do uso excessivo de telas.

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