Um Bate-Papo Sincero sobre Discos de Beto Guedes, Candeia e Gal Costa
Recentemente, recebi um e-mail que chamou minha atenção: a quinta edição do projeto Disconcertos, criado pelo escritor e professor Luiz Fernando do Carmo de Azevedo, o Dodô Azevedo. O projeto consiste na audição de um álbum específico, compartilhando informações sobre a ficha técnica, histórias e impressões pessoais sobre o disco. Essa ideia me agradou, pois a música é um dos principais componentes da memória afetiva de qualquer pessoa.
Na quinta edição do Disconcertos, que será realizada no centro cultural Futuros Arte e Tecnologia, no Rio de Janeiro, haverá encontros com convidados ilustres, incluindo Barral Lima, Ana Paula Araújo, Luiz Antonio Simas e Viviane Mosé. Cada um deles escolherá um álbum para discutir, compartilhando suas impressões e conhecimentos sobre a obra.
Um dos encontros mais interessantes será o de Barral Lima, empresário de Beto Guedes, que escolheu discorrer sobre o álbum “Sol de primavera” (1979), um dos títulos da fase áurea da discografia do cantor e compositor mineiro. A escolha é curiosa, pois o álbum mais cultuado de Beto Guedes é geralmente considerado “Amor de índio” (1978). No entanto, “Sol de primavera” é um álbum que merece ser revisitado, especialmente pela música-título, uma parceria de Beto com Ronaldo Bastos que foi amplificada em escala nacional como tema de abertura da novela “Marina” (1980).
Outro encontro que chama a atenção é o de Viviane Mosé, que escolheu falar sobre “Fa-Tal – Gal a todo vapor”, álbum lançado por Gal Costa em 1971. Embora o álbum seja emblemático e tenha alcançado significado político no Brasil amordaçado de 1971, acho que existem álbuns de Gal que mereciam ser mais comentados, como o roqueiro “Caras & bocas” (1977). No entanto, entendo que “Fa-Tal” é um grito de liberdade de Gal, um brado de resistência em tempos ditatoriais.
Além disso, o historiador Luiz Antonio Simas jogará luz sobre “Axé!” (1978), título mais importante da discografia de Candeia, bamba e pilar do samba do Rio de Janeiro. Esses três álbuns brasileiros enfocados no projeto Disconcertos foram lançados ao longo dos anos 1970, década de grande expressão para a MPB e o samba.
Em resumo, a quinta edição do Disconcertos promete ser um bate-papo fino, elegante e sincero sobre discos de Beto Guedes, Candeia e Gal Costa. Com convidados ilustres e álbuns emblemáticos, o projeto é uma oportunidade para revisitar a memória afetiva da música brasileira e compartilhar impressões e conhecimentos sobre essas obras.
- Beto Guedes: “Sol de primavera” (1979)
- Gal Costa: “Fa-Tal – Gal a todo vapor” (1971)
- Candeia: “Axé!” (1978)
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