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Treinar em jejum faz mal? Prática tem benefícios, mas não é para todo mundo


Quem faz exercícios pela manhã passa por um dilema: comer ou não comer antes do treino? Há quem prefira treinar em jejum, seja para evitar desconfortos na digestão, melhorar o rendimento ou simplesmente pela correria – afinal, acordar cedo para ir à academia já exige muito, imagine preparar um café da manhã completo antes de sair. Mas praticar atividades físicas de barriga vazia é um hábito saudável?
“A decisão deve considerar objetivos, tipo de treino e adaptação individual”, diz o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia. “O tipo de exercício influencia diretamente a segurança e a eficácia do treino. Atividades leves e aeróbicas são bem aceitas em jejum, enquanto treinos de força e alta intensidade geralmente exigem alimentação prévia para melhor desempenho e recuperação”.
Segundo ele, essa é uma prática segura – e que pode auxiliar na queima de gordura – mas apenas para pessoas saudáveis que fazem atividades aeróbicas ou treinos de musculação leves e moderados.
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Além do aumento de queima de gordura, estudos apontam que treinar em jejum (novamente: apenas em casos de atividades leves e moderadas) pode ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina, o controle glicêmico e inflamações associadas à obesidade.
No entanto, praticar exercícios em jejum não é recomendado para todo mundo. As principais contraindicações são pessoas com diabetes, distúrbios alimentares e quem faz treinos muito intensos, além de adolescentes e idosos. “Treinar em jejum também não é recomendado para ganho de massa muscular”, alerta Ribas Filho.
Para pessoas que praticam atividades físicas mais pesadas, que exigem força e resistência, o jejum pode comprometer o desempenho, além de gerar episódios de hipoglicemia e mal-estar. “Há, também, o risco de que exercícios intensos ou prolongados sem reposição energética comprometam temporariamente a imunidade, aumentando o risco de infecções respiratórias”, fala o nutrólogo. Por isso, ele reforça a importância do acompanhamento de um médico especialista.
A médica Andréa Fioretti, coordenadora do Departamento de Endocrinologia do Esporte e Exercício da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, por outro lado, não aconselha a prática de exercícios em jejum, mesmo que sejam exercícios mais leves.
“O exercício exige energia para ser executado, e essa energia vem especialmente do consumo de carboidratos”, explica Andréa Fioretti, coordenadora do Departamento de Endocrinologia do Esporte e Exercício da Sociedade Brasileira de Endocrinologia. A endocrinologista compara o corpo a um automóvel, que precisa de combustível para funcionar: “Se a pessoa está em jejum, existe o risco de não sustentar um treino de atividades físicas moderadas ou intensas por muito tempo”.
Se você optar por se alimentar antes dos exercícios, o nutrólogo Durval Ribas Filho recomenda uma refeição leve, rica em carboidratos e acompanhada de boa hidratação – isso pode melhorar o desempenho e eventuais desconfortos durante o treino.