Cartaz da série documental ‘Primavera nos dentes – A história do Secos & Molhados’ Divulgação / Canal Brasil ♫ OPINIÃO SOBRE SÉRIE DOCUMENTAL Título: Primavera nos dentes – A história do Secos & Molhados Direção e roteiro: Miguel de Almeida Cotação: ★ ★ ★ ♬ Dois entraves atrapalharam de forma decisiva a produção da série documental sobre o grupo Secos & Molhados que estreia no Canal Brasil na sexta-feira, 31 de outubro, com quatro episódios – roteirizados e dirigidos por Miguel de Almeida – que serão exibidos semanalmente. Almeida é o autor de Primavera nos dentes – A história do Secos & Molhados (2019), livro que embasa a série e que contribuiu decisivamente para elucidar questões sobre a formação, o apogeu e a dissolução do trio que seduziu o Brasil em 1973, catapultando o então desconhecido Ney Matogrosso – vocalista andrógino do grupo – à condição de fenômeno musical e social. O primeiro obstáculo foi a recusa de João Ricardo em conceder entrevista para a série. Como João Ricardo é a única testemunha viva de um dos lados da conturbada história da implosão do grupo em 1974, motivo de mágoas que persistem após 51 anos, a série apresenta somente uma visão parcial dos acontecimentos, embora essa visão seja crível por ser endossada por quase todos. O segundo entrave foi que o mesmo João Ricardo, principal compositor do repertório do grupo, não deu autorização para a veiculação das músicas na série. Em bom português, não foi possível rebobinar as gravações de músicas emblemáticas na trajetória do trio, como O vira (João Ricardo e Luhli, 1973) e Sangue latino (João Ricardo e Paulinho Mendonça, 1973). Diante desses duas dificuldades intransponíveis, a produção da série Primavera nos dentes (Santa Rita Filmes) se virou na medida do possível, dentro dos limites permitidos por lei. O resultado são quatro episódios que poderiam resultar em dois sem prejuízo da informação, sendo que toda a pendenga da implosão do grupo é o assunto dominante do último episódio. Há gorduras no roteiro, como a exibição recorrente de cenas da peça O rei da vela (1968) e de takes de alguns filmes. A rigor, a série se escora nos depoimentos dos integrantes Ney Matogrosso e Gerson Conrad – que deram entrevistas juntos e separados – e dos músicos Emílio Carrera (piano) e Willy Verdaguer (baixo), testemunhas fundamentais porque ambos foram arregimentados para acompanhar o trio nos shows e nos estúdios. Carrera e Verdaguer inclusive foram convidados a criar temas inéditos para a série com sonoridade fiel à época do…
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