Descoberta de Rochas com 4,5 Bilhões de Anos
Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) anunciaram a descoberta de vestígios químicos raros, com 4,5 bilhões de anos de idade, que podem pertencer à Terra primitiva. Essa descoberta foi publicada na revista Nature Geosciences e pode ajudar a reconstituir a história do Sistema Solar.
Segundo os pesquisadores, o achado representa a primeira evidência direta de materiais da “proto-Terra”, uma versão inicial do nosso planeta que teria existido antes de uma colisão catastrófica com um corpo celeste do tamanho de Marte. Essa colisão, conhecida como teoria do “Grande Impacto”, teria alterado a composição química da Terra primitiva, gerando a Lua e fazendo com que nosso planeta assumisse a configuração que conhecemos.
Busca por um Planeta Perdido
Durante a formação do Sistema Solar, um disco de gás e poeira começou a se aglutinar, dando origem a rochas e meteoritos que, com o tempo, formaram os primeiros planetas. A Terra, nessa fase inicial, era um mundo rochoso e coberto de lava. Menos de 100 milhões de anos após sua formação, o planeta foi atingido por um proto-planeta do tamanho de Marte.
Os cientistas encontraram um sutil desequilíbrio nos isótopos de potássio em amostras de rochas antigas coletadas na Groenlândia, no Canadá e no Havaí. O diferencial é algo um tanto sutil para quem não entende de rochas: as amostras coletadas pelos pesquisadores do MIT têm um déficit incomum do isótopo potássio-40, presente em quantidade já baixa na maioria das rochas conhecidas da Terra moderna.
Elo Perdido da Composição da Terra
Para investigar a anomalia, os cientistas compararam suas amostras com dados de meteoritos – fragmentos que representam diferentes estágios da formação do Sistema Solar. Nenhum meteorito conhecido, porém, apresentava exatamente a mesma composição. Essa constatação levou a uma hipótese ousada: as rochas analisadas poderiam conter os últimos fragmentos remanescentes da Terra original, formadas antes do impacto que transformou o planeta.
A partir de simulações, a equipe modelou como o déficit de potássio-40 poderia ter evoluído ao longo de bilhões de anos, levando em conta colisões com meteoritos, aquecimento interno e mistura do manto terrestre. Os resultados indicam que o déficit detectado só poderia persistir se fosse remanescente direto do material original da proto-Terra.
- A descoberta desafia os modelos tradicionais de formação planetária e sugere que o inventário atual de meteoritos e rochas estudados é incompleto.
- Ainda pode haver “blocos de construção” da Terra que a ciência ainda não identificou.
- A equipe do MIT encontrou um sutil desequilíbrio nos isótopos de potássio em amostras de rochas antigas coletadas na Groenlândia, no Canadá e no Havaí.
Essa descoberta é um passo importante para entender a origem do nosso planeta e pode levar a novas descobertas sobre a formação do Sistema Solar. Com a continuação das pesquisas, podemos esperar aprender mais sobre a história da Terra e do universo.
Este conteúdo pode conter links de compra.
Fonte: link