O Reencontro de Roberto Carlos e Jorge Ben Jor: Um Tributo à Amizade e à Música
O especial de Natal de Roberto Carlos, intitulado “Noite Feliz”, será exibido pela TV Globo em 23 de dezembro e contará com a participação de Jorge Ben Jor. Esse reencontro simboliza a celebração de uma amizade que já dura 68 anos, apesar de os artistas terem seguido caminhos musicais distintos.
Roberto Carlos e Jorge Ben Jor faziam parte da mesma turma da Tijuca, um bairro da zona norte do Rio de Janeiro, na década de 1950. Nessa época, o rock’n’roll estava começando a ganhar popularidade entre a juventude carioca, e a Rua do Matoso era o local de encontro dos jovens roqueiros. Foi lá que Roberto Carlos conheceu Erasmo Carlos, um jovem roqueiro que tinha a letra de “Hound Dog”, de Elvis Presley.
Entre 1957 e 1959, Roberto Carlos e Jorge Ben Jor conviveram muito e estreitaram laços de amizade. Essa amizade será lembrada no reencontro promovido pelo especial natalino, que será gravado em 12 de dezembro em Gramado, Rio Grande do Sul. É a segunda vez que Jorge Ben Jor participa do especial de Natal de Roberto Carlos, após a primeira participação em 2006, quando cantaram juntos a canção “Que Maravilha”, de Jorge Ben Jor e Toquinho.
A turma da Tijuca também contava com a presença de Tim Maia, que mais tarde se tornaria um dos principais nomes da cena do soul e do funk nacional. Após os anos 1960, cada um dos artistas seguiu seu próprio caminho. Jorge Ben Jor se tornou famoso com o samba esquema novo, enquanto Roberto Carlos e Erasmo Carlos construíram uma parceria que embasou o repertório da Jovem Guarda.
- Roberto Carlos e Jorge Ben Jor compartilharam uma amizade que dura 68 anos.
- A turma da Tijuca foi um local de encontro para jovens roqueiros na década de 1950.
- O reencontro será gravado em 12 de dezembro em Gramado, Rio Grande do Sul.
Esse reencontro é um tributo à amizade e à música que uniu esses artistas em uma época em que o rock’n’roll estava começando a ganhar popularidade no Brasil. A participação de Jorge Ben Jor no especial de Natal de Roberto Carlos é um lembrete de que, apesar de terem seguido caminhos diferentes, a amizade e a música podem superar o tempo e a distância.
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Roberto Carlos (à esquerda) posa com Jorge Ben Jor em ensaio do especial de Natal ‘Noite feliz’
Reprodução / Facebook Roberto Carlos
♫ ANÁLISE
♬ O reencontro de Roberto Carlos com Jorge Ben Jor no especial de Natal de Roberto – intitulado Noite feliz e programado para ser exibido pela TV Globo na noite de 23 de dezembro – simboliza a celebração de amizade que já soma 68 anos, ainda que quase sempre os artistas tenham estado distantes nestas sete décadas.
Roberto e Jorge habitam universos musicais distintos. Contudo, na segunda metade da década de 1950, eles fizeram parte da mesma turma da Tijuca, bairro da zona norte da cidade do Rio de Janeiro (RJ), quando esse tal de rock’n’roll fazia a cabeça da juventude carioca que se reunia na Rua do Matoso na esquina com a Rua Haddock Lobo.
Roberto Carlos chegou lá em 1957, à procura de um jovem roqueiro que poderia ter a letra de Hound dog (Jerry Leiber e Mike Stoller, 1952), a música propagada em escala mundial por Elvis Presley (1935 – 1977). Esse roqueiro era Erasmo Carlos (1941 – 2022) e o resto foi uma história que ganharia impulso a partir da década de 1960.
Entre 1957 e 1959, Roberto Carlos e Jorge Ben Jor – conhecido na turma pelo apelido de Babulina – conviveram muito e estreitaram laços de amizade que certamente serão lembrados no reencontro promovido pelo especial natalino que será gravado em 12 de dezembro em show de Roberto Carlos em Gramado (RJ).
É a segunda vez que Ben Jor participa do especial de Natal de Roberto Carlos. A primeira foi em 2006, ocasião em que cantaram juntos a canção Que maravilha (1969), parceria de Jorge com Toquinho. Tanto no encontro de 2006 quanto certamente no reencontro de 2025 a turma da Tijuca é assunto inevitável. E cabe lembrar que Tim Maia (1942 – 1998) também integrava a mesma turma.
A partir dos anos 1960, cada um tomou um rumo. Jorge Ben burilou o samba esquema novo que lhe daria fama e prestígio em 1963. Tim foi para os Estados Unidos e, na volta ao Brasil, contribuiu decisivamente para alicerçar a cena do soul e do funk nacionais. Roberto e Erasmo construíram parceria com obra fundamental que embasou o repertório da Jovem Guarda.
Mas ficaram os laços indestrutíveis daquele tempo de juventude de alma roqueira em que cada um alimentava o próprio sonho e, juntos, todos se sentiam mais fortes e confiantes naquela turma tijucana da Rua do Matoso.