Que horas são em Marte? Novo estudo traz resposta
Um novo estudo do NIST (National Institute of Standards and Technology) parece ter encontrado o caminho para finalmente estimar o horário no planeta vermelho. Segundo publicado pela equipe na revista científica The Astronomical Journal, relógios instalados na superfície marciana avançariam, em média, 477 microssegundos por dia em relação aos da Terra.
Essa média não é um valor fixo, pois a órbita excêntrica de Marte sofre fortemente com a influência gravitacional de seus vizinhos astronômicos, dentre os quais está o Sol, a Terra, a Lua e até os gigantes gasosos Júpiter e Saturno. Com isso, existe chance de que essa interação pode aumentar ou reduzir essa diferença em quase 226 microssegundos ao longo de um ano marciano.
A relatividade aplicada ao cotidiano interplanetário
O desafio, explica o NIST, está na relatividade proposta por Einstein. Quanto mais forte a gravidade, mais lentamente o tempo passa; e quanto maior a velocidade orbital, mais o relógio “atrasa”. A gravidade superficial de Marte é cerca de cinco vezes mais fraca do que a da Terra, fazendo o tempo “correr” um pouco mais rápido no planeta vermelho.
Os físicos Bijunath Patla e Neil Ashby precisaram considerar não apenas a gravidade marciana, mas também a influência de corpos massivos do Sistema Solar. O Sol, que detém mais de 99% da massa total do sistema, altera significativamente o ritmo dos relógios conforme o planeta percorre sua órbita alongada.
Sincronização interplanetária
À primeira vista, diferenças de microssegundos podem parecer irrelevantes. Mas é importante lembrar que as redes de comunicação, como o 5G, requerem precisão de até 0,1 microssegundo. Em missões espaciais, nas quais os atrasos na comunicação entre Marte e a Terra variam de quatro a 24 minutos, compreender exatamente como o tempo avança em cada planeta é o primeiro passo para imaginar uma espécie de “internet do Sistema Solar”.
Os pesquisadores enxergam um horizonte em que rotas interplanetárias, comunicação e navegação funcionarão sobre bases tão sólidas quanto as que sustentam o GPS na Terra. “O tempo é perfeito para a Lua e Marte”, avalia Patla. “Estamos mais próximos do que nunca de realizar a visão de ficção científica de expandir-se pelo Sistema Solar”.
- Um novo estudo do NIST encontrou o caminho para estimar o horário em Marte.
- A órbita excêntrica de Marte sofre influência gravitacional de seus vizinhos astronômicos.
- A relatividade proposta por Einstein explica como o tempo passa em diferentes planetas.
- A sincronização interplanetária é fundamental para missões espaciais e comunicação.
Este conteúdo pode conter links de compra.