Por que os carros elétricos chineses estão dominando o mercado global

Os carros elétricos e híbridos não são mais apenas uma tendência, mas sim uma realidade que está redefinindo o futuro da mobilidade global. A China está no centro dessa transformação, com as fabricantes chinesas acelerando sua expansão para mercados estratégicos, incluindo o Brasil.

Durante a 21ª edição do Salão de Shanghai, uma das vitrines mais influentes da indústria automotiva, modelos eletrificados de diferentes categorias chamaram a atenção do público e evidenciaram o novo posicionamento das marcas do país. Superesportivos de luxo, SUVs híbridos e novas gerações de veículos plug-in mostraram que a indústria chinesa deixou de ser mera seguidora do Ocidente para assumir protagonismo em inovação e escala produtiva.

Os pilares do avanço tecnológico chinês

Para entender o movimento de ascensão dos carros elétricos chineses, é importante analisar os três pilares que levaram a China ao domínio tecnológico e industrial que hoje influencia a mobilidade em todo o mundo. Segundo o engenheiro, advogado e consultor automotivo Milad Kalume Neto, esses pilares são:

• A entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001, que fez com que o país seguisse as regras de exportação e importação e passasse a ter o domínio da manufatura.
• O desenvolvimento da produção de baterias de forma abundante, que hoje permite que a China domine quase 80% da produção mundial.
• A capacidade de produção em larga escala e o desenvolvimento econômico chinês, que foram fatores relevantes nesse processo, com incentivos do governo às montadoras e melhora da infraestrutura interna, de estradas e portos.

Brasil no radar: por que somos um mercado estratégico

Agora em um estágio de expansão, o Brasil é um dos alvos dos investimentos das montadoras chinesas não só para exportação como também para fabricação desses veículos. Segundo Milad, a reforma tributária e os incentivos do programa MOVER, do governo federal, para estimular a redução da emissão de carbono, são atrativos para que mais marcas de elétricos desembarquem em solo nacional.

O Brasil é um potencial consumidor desse tipo de veículo, com outros mercados fechando as portas para os veículos chineses, tendo restrições e tarifas do mercado norte-americano. Além disso, o país tem uma capacidade de produção muito superior a qualquer outro país da América do Sul.

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