Por que amamos odiar Odete Roitman (e outras vilãs)?
O remake da novela Vale Tudo, na TV Globo, trouxe de volta uma das vilãs mais marcantes da teledramaturgia brasileira, Odete Roitman. A personagem, retrato da soberba da elite, teve suas falas marcantes eternizadas por memes na internet, tornando-se um ícone do público.
De acordo com especialistas, a construção das vilãs escolhida por autores de novela contemporâneos tende a aproximá-las do público. Isso se deve à alteração do perfil que se considerava vilã ou vilão nas novelas ao longo do tempo, tornando-os mais parecidos com as pessoas normais, com conflitos e contradições.
- Odete Roitman trouxe ao público um drama imoral, com interferência no rumo da vida de vários personagens, pensando no próprio bem.
- Ela cometeu assassinatos e ficou marcada por manipulações, chantagens e mentiras, apesar de cativar o público.
- A personagem sintetizou a construção psíquica iniciada na obra do autor Gilberto Braga, passando a simbolizar a “vilã perfeita, que todos amam odiar ou que odeiam amar”.
Outras personagens carregadas de vilania, como Nazaré Tedesco (Renata Sorrah) e Carminha (Adriana Esteves), também carregam carisma, falas marcantes, poder e objetividade, reforçando o empoderamento feminino ao tomarem o controle de suas escolhas e da sua própria vida.
As vilãs conseguem afetar o público de alguma forma e por isso, transpassam gerações. A interação com quem assiste e a capacidade da opinião do público intervir no curso da história se tornou muito maior, com a ascensão das redes sociais.
Conclusão
As novelas brasileiras ainda conseguem parar o país em capítulos marcantes, mas, para além do entretenimento, as telenovelas também são espelhos da realidade. As histórias se tornaram cada vez mais parecidas com a vida real, e por isso, a grande persistência da novela como uma obra que ainda para o país é que as pessoas se reconhecem, se identificam.
Este conteúdo pode conter links de compra.
Fonte: link