Por que o açafrão é tão caro?
O açafrão é um dos temperos mais antigos e valorizados da história, com mais de 4 mil anos de cultivo. Originário da ilha de Creta, na Grécia, durante a Idade do Bronze, ele foi adotado por civilizações como os egípcios e persas, que o utilizavam não apenas na culinária, mas também para fins medicinais e rituais.
A cor amarela vibrante e o aroma doce do açafrão o tornaram rapidamente famoso. No entanto, o que muitos não sabem é que o açafrão verdadeiro é feito a partir dos estigmas secos da flor Crocus sativus, e não da raiz da cúrcuma, como é comum no Brasil.
Alguns dos usos históricos do açafrão incluem:
- Na Grécia, era misturado com água para tingir o cabelo de amarelo.
- Na Pérsia, era usado para fazer tapetes e véus.
- No Egito, era conhecido como um ingrediente afrodisíaco e era usado em banhos.
Hoje em dia, o açafrão é um ingrediente essencial em pratos como a bouillabaisse francesa, a paella espanhola e a galinhada goiana. No entanto, o que é vendido como açafrão no Brasil é, na maioria das vezes, cúrcuma, uma planta diferente e mais acessível.
O açafrão real é caro devido ao seu processo artesanal de produção e à pouca quantidade que se obtém de cada planta. As flores são colhidas manualmente, e cada uma possui apenas três estigmas, que são retirados manualmente. Além disso, a floração só acontece em um período específico do ano, e a colheita precisa ser feita antes do nascer do sol para evitar que as flores sofram queimaduras.
Para produzir pouco menos de meio quilo de açafrão, são necessárias cerca de 75 mil flores. Um quilo do ingrediente pode custar até R$ 70 mil, dependendo da origem, pureza e qualidade do produto. Isso o torna um dos ingredientes mais caros do mundo, rivalizando com o ouro em valor.
Atualmente, a Espanha é a maior produtora e consumidora de açafrão, mas ele também é produzido em países como Itália, Irã, Grécia, Turquia e Índia. No Brasil, o açafrão real é mais raro, mas pode ser encontrado em lojas especializadas em temperos.
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