Pesquisadores Brasileiros Transformam Vinhaça do Etanol em Detector de Metais Tóxicos na Água
Um estudo inédito no Brasil pode elevar o status de um dos maiores poluentes da cadeia produtiva de cana-de-açúcar: a vinhaça. Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT NanoAgro) desenvolveram uma solução de nanotecnologia que transforma o poluente em um produto de alto valor agregado.
A pesquisa conseguiu converter a vinhaça em pontos de carbono (BioC-dots), nanomateriais com aplicações promissoras em diversas indústrias. A conversão foi realizada através de um processo sustentável conhecido como síntese verde, que elimina ou reduz o uso de substâncias tóxicas, minimizando o impacto ambiental.
Aplicação Inédita: Sensores de Íons Metálicos
A aplicação mais promissora e inédita dos BioC-dots derivados da vinhaça reside na detecção de íons metálicos em ambientes aquosos. Os nanomateriais demonstraram eficácia como sensores de cobalto e zinco, atingindo limites de detecção de 13,57 e 18,22 mmol L⁻¹, respectivamente.
Essa capacidade abre novos caminhos para usos ambientais e industriais do resíduo, indo além das aplicações já conhecidas dos BioC-dots em áreas como energia e sistemas de liberação de fármacos.
- Monitoramento ambiental: a detecção de íons metálicos através dos BioC-dots tem implicações diretas e importantes para a saúde pública e para os ecossistemas.
- Segurança hídrica: a tecnologia brasileira oferece uma ferramenta avançada para auxiliar empresas no cumprimento de normas ambientais rigorosas, além de dar suporte a pesquisas sobre a interação de metais em ecossistemas e o desenvolvimento de novas tecnologias de tratamento e remediação.
O desenvolvimento dos BioC-dots está alinhado à missão do INCT NanoAgro de qualificar recursos humanos para promover avanços na fronteira do conhecimento em nanotecnologia para Agricultura Sustentável.
A utilização de um resíduo poluente como a vinhaça para criar um sensor de alta tecnologia reafirma o papel de protagonismo do Brasil no cenário mundial da nanotecnologia aplicada ao agronegócio e ao meio ambiente, gerando valor econômico a partir de práticas circulares.
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