Subsidência no Irã: Um Problema de Escala Nacional
O Irã está enfrentando um problema grave de subsidência, com o solo afundando cerca de 30 cm a cada ano devido à extração excessiva de água subterrânea. Segundo um estudo publicado no Journal of Geophysical Research: Solid Earth, mais de 31 mil km² do território iraniano já apresentam movimentos descendentes em uma velocidade de 10 mm/ano.
A cidade de Rafsanjan, no centro do país, é um exemplo dramático, com o solo cedendo mais de 34 centímetros por ano. Isso pode não parecer muito a curto prazo, mas se o processo continuar a esse ritmo, o terreno pode afundar de 3 a 4 metros em uma década, o que é realmente grave.
Motores do Colapso
A combinação de uma seca persistente e da agricultura intensiva, especialmente no cultivo de pistache, está esgotando as reservas de água subterrânea em ritmo insustentável. Cerca de 60% do abastecimento hídrico do Irã depende de aquíferos subterrâneos, e 77% das áreas que afundam a mais de 10 mm/ano estão diretamente associadas às regiões agrícolas.
Os principais motivos do colapso incluem:
- Extração excessiva de água subterrânea
- Seca persistente
- Agricultura intensiva, especialmente no cultivo de pistache
Consequências
As consequências da subsidência vão além da perda da capacidade de armazenamento de água. Declives acentuados criam fissuras e instabilidade estrutural, danificando edifícios, estradas e ferrovias. Além disso, a subsidência compromete diretamente a segurança alimentar, já que a agricultura depende da irrigação feita com as mesmas águas subterrâneas em exaustão.
As cidades densamente povoadas como Teerã, Isfahan e Shiraz enfrentam riscos crescentes, e a subsidência também representa uma ameaça dupla: compromete a infraestrutura urbana e reduz a resiliência hídrica em um país que já sofre com estiagens severas.
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