Pacientes com Câncer de Mama Enfrentam Demora no Tratamento

O câncer de mama é a neoplasia mais incidente entre as mulheres brasileiras, com mais de 70 mil novos casos estimados para este ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Embora a legislação garanta direitos importantes às pacientes, como o início do tratamento em até 60 dias após o diagnóstico e a possibilidade de reconstrução mamária, a prática ainda está muito aquém do que está previsto em lei.

Um dos principais entraves apontados é o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento. A Lei nº 12.732/2012 estabelece que pacientes do SUS devem começar a terapia em até 60 dias após a confirmação da doença. No entanto, na prática, isso nem sempre acontece devido a falhas na regulação, falta de vagas em centros de tratamento e desinformação.

Reconstrução Mamária: Um Direito Garantido por Lei

A reconstrução mamária é outro direito garantido por lei, mas que ainda enfrenta barreiras. Mulheres submetidas à mastectomia têm direito à cirurgia de reconstrução no mesmo ato ou posteriormente, conforme a recomendação médica. Essa cirurgia não é apenas estética, pois impacta profundamente a autoestima, a saúde mental e a forma como a mulher se reconstrói emocionalmente após o tratamento.

Além disso, o câncer de mama é mais comum em mulheres acima dos 50 anos, mas há um crescimento expressivo de casos em mulheres mais jovens. Isso exige adaptação nas estratégias de rastreamento, que tradicionalmente se concentram na faixa etária a partir dos 50 anos. A detecção precoce é crucial, independentemente da idade.

• O movimento Outubro Rosa é um importante momento de conscientização sobre o câncer de mama.
• A prevenção e o cuidado não podem se restringir a um mês do ano.
• As ações de rastreamento, diagnóstico precoce, suporte emocional e cumprimento da lei devem ser prioridade o ano todo.

O cuidado integral à paciente vai além dos exames e cirurgias, envolvendo acesso à informação clara, apoio psicológico e respeito às decisões da mulher sobre seu tratamento. É fundamental uma abordagem mais humanizada e menos burocrática, que respeite a mulher como sujeito ativo em sua jornada.

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