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O que a operação no Rio expõe sobre a naturalização da violência racial no Brasil

O que a operação no Rio expõe sobre a naturalização da violência racial no Brasil

A operação realizada no Complexo do Alemão e da Penha, que resultou em mais de 120 mortes, expôs a violência racial no Brasil de forma brutal. A reação de parte da sociedade diante das imagens da chacina foi celebratória, o que levanta questões sobre a naturalização da violência racial no país.

A circulação de imagens de brutalidade racial pode reforçar a dominação branca, banalizando o sofrimento e normalizando-o. A mídia hegemônica funciona como uma ponte que associa a negritude à criminalidade, criando e sustentando um sistema de representação que influencia a forma como a sociedade enxerga os indivíduos negros.

  • A superexposição do negro como violento gera “emoções negativas” em relação a essa população, enfraquecendo o apoio a protestos por igualdade racial.
  • A violência contra corpos negros é tratada como espetáculo, como mostra a tese de doutorado “Do controle à libertação: uma genealogia de imagens de violência racial na mídia brasileira”.
  • Programas de TV, como o “Brasil Urgente”, de José Luiz Datena, associam negritude à criminalidade, contribuindo para a normalização da violência racial no Brasil.

A dessensibilização às imagens violentas contra corpos negros é um processo gradual, que começa com sementes de ideologia racista plantadas que crescem e mutam ao longo das gerações. A forma evolui, mas a raiz venenosa permanece: a ligação simbólica persistente entre negritude, violência e punitivismo.

Romper simbolicamente com essas representações depende da circulação de narrativas alternativas e do fortalecimento da mídia independente e negra. Enquanto a grande mídia reproduz seu padrão histórico, a realidade é reconstruída de outra forma por moradores e representantes de veículos independentes.

A luta contra a violência racial é complexa e infinita, travada tanto contra as forças externas de desumanização quanto contra os valores opressivos internalizados. A libertação do povo negro depende da circulação de narrativas alternativas e do fortalecimento da mídia independente e negra.

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