O Detalhe em Interestelar que Ainda Incomoda
Lançado em 2014, o filme Interestelar, dirigido por Christopher Nolan, rapidamente se tornou um marco do cinema de ficção científica. Com sua mistura de emoção, visual arrebatador e uma trama que equilibra ciência com drama humano, o filme conquistou o público e é frequentemente lembrado como um dos melhores filmes dos últimos 20 anos.
No entanto, mesmo em uma obra tão grandiosa, há um detalhe que até hoje incomoda parte dos fãs. A jornada de Joseph Cooper (Matthew McConaughey) é toda motivada pela busca por salvar a humanidade e, ao mesmo tempo, por reencontrar sua família. Mas quando finalmente desperta no final, em uma estação espacial no futuro, sua reação deixa escapar uma falha difícil de ignorar.
Cooper só demonstra interesse em ver a filha Murphy (Jessica Chastain/Ellen Burstyn), deixando completamente de lado seu filho Tom (Casey Affleck/Timothée Chalamet). O roteiro não oferece nenhuma fala ou gesto que indique preocupação ou saudade dele. É como se o personagem simplesmente não existisse naquele momento crucial.
Uma Falha no Roteiro
Essa ausência de empatia acaba soando estranha dentro da lógica do filme. Afinal, durante a trama, Cooper sempre foi retratado como um pai devotado, dividido entre sua missão e a vontade de proteger os filhos. O esquecimento de Tom contrasta com todo o peso emocional dado ao relacionamento entre pai e filha.
Algumas possíveis explicações para essa falha incluem:
- Falta de desenvolvimento do personagem de Tom;
- Enfatização excessiva no relacionamento entre Cooper e Murphy;
- Erro de roteiro ou edição.
Não seria necessário muito para corrigir o furo: uma única linha de diálogo, um comentário sobre o destino do filho ou até mesmo uma reação breve já seriam suficientes para dar coesão à narrativa. Ao deixar essa lacuna, Nolan expõe uma fragilidade em um roteiro que, no geral, é extremamente amarrado e calculado.
Isso não diminui a grandeza de Interestelar, mas mostra como até filmes considerados obras-primas podem carregar pequenos tropeços. E talvez seja justamente esse detalhe incômodo que mantém a obra viva em discussões uma década depois, mostrando que o épico espacial continua a despertar reflexões, tanto científicas quanto emocionais.
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