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Naomi Campbell posou ao lado de 11 brasileiras na Vogue Brasil em 2016


Esta matéria foi publicada na edição 453 da Vogue Brasil, em 2016.
Como definiu certa vez Christian Louboutin, “no vasto mundo da moda, Naomi é como uma ilha, que desponta de forma única”. De fato, a influência da britânica de ascendência jamaicana — mas que poderia ser perfeitamente brasileira tal a ligação que tem com o país, de amigos íntimos ao dentista que frequenta — foi além de qualquer outra top de seu tempo. Com temperamento polêmico e uma beleza enigmática e estonteante, a top escancarou as portas da moda para um elenco de mulheres negras e talentosas que vieram a seguir.
Naomi foi a primeira negra a estampar a capa da Vogue francesa, em 1988; da September Issue americana, em 1989; e, finalmente, da Time, em 1991.Também foi a única a estar entre as supermodels que explodiram nos anos 90 e em videoclipes que marcaram a cultura pop como “Freedom! ’90”, de George Michael, e “In the Closet”, do rei Michael Jackson. Com o boom da carreira nos anos seguintes, a modelo também teve sua vida privada exposta, dos affairs com Mike Tyson e Robert De Niro à dependência de drogas. Entre tantas histórias, no entanto, as de que ela mais se orgulha são as que refazem os laços de amizade que criou com grandes nomes da moda. Isso fica evidente no segundo volume de sua autobiografia, a ser lançado pela Taschen em um impactante box criado pelo artista britânico Allen Jones, que simula as formas de um par de seios.
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O trajeto de Naomi rumo ao topo não foi fácil e começou cedo: filha de uma dançarina jamaicana radicada em Londres (ela nunca conheceu o pai, que abandonou sua mãe ainda grávida), fazia testes para comerciais desde pequena, o que a levou a participar do videoclipe de “Is This Love”, de Bob Marley, aos 7 anos. “A primeira e mais emocionante experiência que tive na vida”, relembra ela no livro. Mas foi aos 16, em uma ensolarada tarde de abril de 1986, que sua vida mudou. “Passeava com duas amigas por Londres, quando a agente Beth Boldt se aproximou e me perguntou se eu queria ser modelo. Fiquei tão surpresa, afinal, estava ao lado de duas belas loiras e essa mulher optou por mim. Que Deus abençoe Beth por ter me notado”, relembra.
Naomi Campbell na capa da Vogue Brasil de maio de 2016, fotografada por Zee Nunes
Bob Wolfenson/ Vogue Brasil
Naquele mesmo ano, conheceu um de seus grandes padrinhos, a quem ela chama de “papa”: o estilista Azzedine Alaïa. Jovem e ainda inexperiente, a top foi roubada no primeiro dia de um shooting em Paris. Sem um tostão para comer, acabou na casa do tunisiano em uma prova de roupas para a qual não havia sido chamada. Ao saber da situação da novata, Alaïa preparou um omelete para ela e a vestiu com um de seus looks. Ao vê-la em um body lilás de lycra com uma minissaia (que a top guarda até hoje), decidiu “adotá-la”.
Naomi Campbell por Gui Paganini para a Vogue Brasil de maio de 2016
Gui Paganini/ Vogue Brasil
Alaïa acolheu Naomi, levando-a aos restaurantes mais caros da cidade e a festas badaladas, época em que fez amigas para a vida toda, Grace Jones e Iman entre elas. “Grace me deu o melhor conselho de todos: ‘Nunca aceite um não se ele vier por causa da cor de sua pele’.”
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O preconceito que pairava entre as modelos negras naqueles tempos era evidente. “Você tinha que ser duas vezes melhor que as outras.” Com a chegada dos anos 90, Naomi ganhou duas grandes amigas e aliadas nessa luta: Christy Turlington e Linda Evangelista. Chamadas para todos os desfiles, as duas decidiram só aceitar os trabalhos se também contratassem Naomi. “Esse tipo de apoio era inédito até então. Ainda hoje fico comovida.”
Ao lado delas e de outras tops como Cindy Crawford e Claudia Schiffer, cunhou a expressão supermodel; tornou-se queridinha de Yves Saint Laurent, Steven Meisel, Gianni Versace, Patrick Demarchelier, Marc Jacobs e tantos outros para os quais dedica vários parágrafos do novo livro.
Ficaram de fora, no entanto, alguns turbulentos episódios de sua vida pessoal, como a batalha contra a publicação de fotos que mostravam Naomi em um encontro dos Narcóticos Anônimos em 2002 e a acusação de agressão que sofreu de sua empregada, em 2007. Mas fato é que sua notória vocação para se envolver em polêmicas nunca ofuscou seu brilho, ao contrário, só aumentou o interesse por sua vida. Como definiu bem Vivienne Westwood no primeiro volume do livro, “a verdade é que nunca vimos nada parecido com Naomi Campbell”.
Abaixo, relembre o ensaio de Naomi com 11 mulheres brasileiras
Alcione e Naomi Campbell
Arquivo Vogue/ Bob Wolfenson
Naomi Campbell e Fabiana Claudino
Arquivo Vogue/ Bob Wolfenson
Marina Silva e Naomi Campbell
Arquivo Vogue/ Bob Wolfenson
Naomi e Nathália Santos
Arquivo Vogue/ Bob Wolfenson
Maju Coutinho e Naomi Campbell
Arquivo Vogue/ Bob Wolfenson
Naomi Campbell e Zica Assis
Arquivo Vogue/ Bob Wolfenson
Cris Vianna e Naomi Campbell
Arquivo Vogue/ Bob Wolfenson
Lane Marinho, Naomi Campbell e Adriana Couto
Arquivo Vogue/ Bob Wolfenson
Sonia Gomes e Naomi Campbell
Arquivo Vogue/ Bob Wolfenson
Luislinda Valois e Naomi Campbell
Arquivo Vogue/ Bob Wolfenson