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Molécula Brasileira Promete Nova Geração De Bioinsumos Agrícolas

  • dezembro 5, 2025
  • agricultura sustentável, biodiversidade brasileira, bioinsumos agrícolas, fungos endofíticos, herbicidas naturais, tecnologia

Molécula Brasileira Promete Nova Geração De Bioinsumos Agrícolas

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Embrapa Meio Ambiente e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) identificou uma molécula inédita com alto potencial para transformar o mercado de bioinsumos agrícolas. A substância, chamada provisoriamente de “composto 2”, apresentou ação mais potente do que herbicidas sintéticos amplamente utilizados, como glifosato e clomazona, em ensaios laboratoriais controlados.

A descoberta reforça a importância da biodiversidade brasileira como fonte de inovação para indústrias ligadas à agricultura, biotecnologia e química fina. Ela também dialoga diretamente com a busca por soluções mais sustentáveis, eficientes e seguras para proteger lavouras sem os efeitos colaterais dos defensivos tradicionais.

Como surgiu a descoberta

O ponto de partida da pesquisa foi o isolamento de um fungo endofítico, um microrganismo que vive dentro de plantas sem causar danos, e que muitas vezes contribui para a defesa natural da própria planta. O fungo analisado foi coletado em 2017, em uma planta medicinal do gênero Piper, no Parque Estadual da Floresta do Rio Doce (MG). Após a coleta, ele foi isolado e preservado em laboratório.

Estudos posteriores identificaram que o microrganismo pertence ao gênero Fusarium, um grupo muito comum na natureza e complexo do ponto de vista taxonômico. Mesmo sem determinar precisamente a espécie, os pesquisadores avançaram para analisar as substâncias que o fungo produzia.

Resultados promissores

Os testes laboratoriais encontraram um desempenho acima do esperado. A equipe extraiu e isolou três substâncias produzidas pelo fungo. Entre elas estava o composto 2, uma molécula nunca antes descrita pela literatura científica. Nos testes realizados com sementes de alface e um tipo de gramínea, o composto inibiu completamente a germinação das plantas em concentrações relativamente baixas.

Quando os pesquisadores avaliaram o desempenho do composto em comparação a herbicidas sintéticos conhecidos, o resultado foi ainda mais surpreendente. Pelo indicador IC50, que mede a quantidade necessária de uma substância para reduzir em 50% o crescimento de uma planta, o composto apresentou valores inferiores aos de glifosato e clomazona, demonstrando maior potência.

  • O composto 2 inibiu com mais força o crescimento do patógeno Colletotrichum fragariae (fungo que infecta plantações de morangos), superando até substâncias naturais utilizadas como referência.
  • Segundo a pesquisadora Sonia Queiroz, da Embrapa Meio Ambiente, a descoberta indica que a molécula pode ter aplicações tanto como herbicida quanto como antifúngico, ampliando o interesse comercial e tecnológico da substância.

Para o agronegócio e para a economia, a descoberta tem um significado importante: reforça o potencial econômico da biodiversidade nacional como motor de inovação. Países que transformam sua riqueza biológica em propriedade intelectual, como moléculas, processos e tecnologias, conquistam vantagens competitivas em mercados globais de alto valor agregado.

Transformar uma molécula inédita em um bioinsumo comercial exige um caminho estruturado. Os pesquisadores agora avançarão para estudos de segurança, avaliação dos mecanismos de ação e testes mais amplos em plantas cultivadas em condições reais de campo.

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Uma equipe formada por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Embrapa Meio Ambiente e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês) identificou uma molécula inédita com alto potencial para transformar o mercado de bioinsumos agrícolas. O segmento que cresce de forma acelerada no agro global e pode representar de US$ 877 bilhões até 2035.

A substância, chamada provisoriamente de “composto 2”, apresentou ação mais potente do que herbicidas sintéticos amplamente utilizados, como glifosato e clomazona, em ensaios laboratoriais controlados.

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A descoberta reforça a importância da biodiversidade brasileira como fonte de inovação para indústrias ligadas à agricultura, biotecnologia e química fina.

Ela também dialoga diretamente com a busca por soluções mais sustentáveis, eficientes e seguras para proteger lavouras sem os efeitos colaterais dos defensivos tradicionais.

Como surgiu a descoberta: o potencial oculto dos fungos

O ponto de partida da pesquisa foi o isolamento de um fungo endofítico, um microrganismo que vive dentro de plantas sem causar danos, e que muitas vezes contribui para a defesa natural da própria planta. Esses fungos são capazes de produzir substâncias químicas complexas chamadas metabólitos bioativos.

Em termos simples, os metabólitos bioativos são moléculas geradas pelo fungo que exercem algum tipo de atividade biológica, como inibir o crescimento de outras plantas, afastar insetos ou bloquear fungos patogênicos. Justamente por isso despertam interesse crescente da comunidade científica.

O fungo analisado foi coletado em 2017, em uma planta medicinal do gênero Piper, no Parque Estadual da Floresta do Rio Doce (MG). Após a coleta, ele foi isolado e preservado em laboratório.

Estudos posteriores identificaram que o microrganismo pertence ao gênero Fusarium, um grupo muito comum na natureza e complexo do ponto de vista taxonômico. Mesmo sem determinar precisamente a espécie (algo comum em Fusarium) os pesquisadores avançaram para analisar as substâncias que o fungo produzia.

Essa abordagem faz parte de uma tendência global: buscar em microrganismos associados a plantas moléculas inéditas, capazes de substituir ou complementar defensivos agrícolas tradicionais.

Os testes laboratoriais encontram um desempenho acima do esperado

 

Debora Barreto/Embrapa

Fungos endofíticos emergindo do tecido foliar

A equipe extraiu e isolou três substâncias produzidas pelo fungo. Entre elas estava o composto 2, uma molécula nunca antes descrita pela literatura científica. Nos testes realizados com sementes de alface e um tipo de gramínea, o composto inibiu completamente a germinação das plantas em concentrações relativamente baixas.

Quando os pesquisadores avaliaram o desempenho do composto em comparação a herbicidas sintéticos conhecidos, o resultado foi ainda mais surpreendente. Pelo indicador IC50, que mede a quantidade necessária de uma substância para reduzir em 50% o crescimento de uma planta, o composto apresentou valores inferiores aos de glifosato e clomazona, demonstrando maior potência.

Os testes contra fungos agrícolas mostraram o mesmo padrão. O composto 2 inibiu com mais força o crescimento do patógeno Colletotrichum fragariae (fungo que infecta plantações de morangos), superando até substâncias naturais utilizadas como referência.

Segundo a pesquisadora Sonia Queiroz, da Embrapa Meio Ambiente, a descoberta indica que a molécula pode ter aplicações tanto como herbicida quanto como antifúngico, ampliando o interesse comercial e tecnológico da substância.

Por que isso importa para o agronegócio e para a economia

A agricultura mundial atravessa um novo ciclo. Desde a década de 1940, defensivos sintéticos têm sido essenciais para ampliar a produção de alimentos, mas o uso intenso desses produtos trouxe desafios ambientais, episódios de resistência de pragas e pressões regulatórias crescentes. Hoje, o setor busca alternativas que mantenham a produtividade sem ampliar os riscos ambientais e sanitários.

É justamente nesse contexto que bioinsumos como o composto 2 ganham relevância. Eles podem reduzir a dependência de químicos tradicionais, oferecer novos mecanismos de ação contra pragas resistentes e contribuir para a construção de cadeias agrícolas mais limpas. Um valor cada vez mais apreciado por consumidores, investidores e mercados internacionais.

Para o Brasil, a descoberta tem outro significado importante: reforça o potencial econômico da biodiversidade nacional como motor de inovação. Países que transformam sua riqueza biológica em propriedade intelectual, como moléculas, processos e tecnologias, conquistam vantagens competitivas em mercados globais de alto valor agregado.

Segundo o professor Luiz Henrique Rosa, da UFMG, o estudo representa “o início de uma trajetória que pode levar a novos herbicidas e fungicidas comerciais”, caso etapas posteriores confirmem a segurança e a eficácia da molécula.

Da bancada para o campo: o que falta para virar produto

Debora Barreto/Embrapa

Fungos endofíticos

Apesar dos resultados promissores, transformar uma molécula inédita em um bioinsumo comercial exige um caminho estruturado. Os pesquisadores agora avançarão para estudos de segurança, avaliação dos mecanismos de ação e testes mais amplos em plantas cultivadas em condições reais de campo. Também será necessário desenvolver formulações estáveis, escaláveis e compatíveis com os sistemas de aplicação agrícola.

Outro ponto que chamou atenção durante o estudo foi um fenômeno chamado “hormese”: em doses muito baixas, algumas substâncias estimulam o crescimento das plantas. Isso sugere que o composto 2 pode ter usos ainda mais amplos, talvez como bioestimulante, dependendo da dosagem e da cultura agrícola.

A equipe responsável pela descoberta resume o momento com precisão: trata-se de uma fronteira científica em expansão. Microrganismos invisíveis ao olho humano, muitos deles protegidos em ambientes naturais brasileiros, podem se transformar nos próximos anos em ingredientes estratégicos de um mercado global em plena transformação.

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