Metanol do Crime Organizado e Intoxicações em São Paulo: Uma Conexão Perigosa
Em uma entrevista recente à TV Brasil, o diretor de comunicação da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), Rodolpho Heck Ramazzinio, apontou uma possível ligação entre o metanol importado pelo crime organizado para adulterar combustíveis e os casos de intoxicação recentes no estado de São Paulo. Segundo Ramazzinio, após a Operação Carbono Oculto, que desmantelou um esquema de fraudes e falsificação no setor de combustíveis, o metanol pode ter sido redirecionado para distribuidoras clandestinas de bebidas.
Essa operação, realizada pela Receita Federal e órgãos parceiros, atingiu cerca de mil postos de combustíveis vinculados ao grupo criminoso, que movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. O metanol importado supostamente para outros fins era desviado para uso na fabricação de gasolina adulterada. Com a interrupção desse esquema, o metanol pode ter encontrado um novo mercado ilegal, representando um risco significativo à saúde pública.
De acordo com o Anuário da Falsificação da ABCF 2025, o setor de bebidas foi o mais prejudicado pelo mercado ilegal em 2024, com perdas estimadas em R$ 88 bilhões. Isso inclui R$ 29 bilhões em sonegação de tributos e R$ 59 bilhões de perdas de faturamento das indústrias legalizadas. A magnitude dessas perdas econômicas destaca a importância de combater a falsificação e o crime organizado.
Casos de Intoxicação em São Paulo
Desde junho deste ano, foram confirmados seis casos de intoxicação por metanol com suspeita de consumo de bebida adulterada no estado de São Paulo. Além disso, dez casos estão sob investigação, dos quais três resultaram em óbito. Esses números são alarmantes e reforçam a necessidade de vigilância e prevenção.
O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do estado de São Paulo recomenda que bares, empresas e demais estabelecimentos redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos. A população também deve adquirir apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, evitando opções de origem duvidosa e prevenindo casos de intoxicação que podem colocar a vida em risco.
- Verifique a procedência das bebidas alcoólicas antes de consumi-las.
- Evite bebidas de origem clandestina ou sem procedência confiável.
- Apoie fabricantes legalizados e contribua para a economia formal.
Em resumo, a possível conexão entre o metanol do crime organizado e os casos de intoxicação em São Paulo é um alerta para a necessidade de combater a falsificação e o crime organizado, protegendo a saúde pública e a economia formal. A conscientização e a vigilância são fundamentais para prevenir novos casos de intoxicação e garantir a segurança dos consumidores.
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