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Matuê dá passo atrás com álbum ‘Xtranho’, que só é disruptivo para adolescentes; leia crítica

Matuê: Um Passo Atrás com “Xtranho”

O rapper cearense Matuê lançou seu terceiro disco, “Xtranho”, com grande investimento em marketing, incluindo uma megaestrutura no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, para uma audição que reuniu milhares de fãs. No entanto, o álbum é um passo atrás em sua carreira, que até então havia sido marcada por uma identidade sonora própria e reflexões sobre o sucesso.

Com referências que vão do reggae ao indie rock psicodélico, seu álbum anterior, “333”, se tornou um dos melhores trabalhos de rap dos últimos anos no Brasil. Já “Xtranho” é vendido como um manifesto pelo trap underground, mas na verdade reproduz o estilo de produção e as mesmas distorções e texturas sonoras imersivas dos nomes americanos do trap, como Travis Scott e Metro Boomin.

Algumas parcerias, como com a cantora Kouth em “Ícone Fashion” e com a paulistana Cashley em “Autobahn”, são interessantes e ajudam a fortalecer o trap feminino. No entanto, a maior parte do álbum não tem muito de inovador e as letras são simplesmente bobas, como em “Facas e Machados”, que desperdiça a atmosfera intensa e agressiva com uma letra sobre fumar baseados.

Em termos líricos, Matuê parece outro artista no “Xtranho”, se comparado ao do “333”. A ostentação, que antes servia como ferramenta quase confessional em relatos dele sobre a fama, agora é fútil e adolescente. A inclusão do áudio viral de uma menina contando ter sido agredida durante o show do rapper Don Toliver no festival The Town também é digna de adolescente.

É o tipo de coisa que só parece disruptiva para meninos que ainda não saíram do Ensino Médio, mas também é fato que boa parte do público brasileiro de trap faz parte desse grupo. Como principal nome desse estilo no país, Matuê já foi muito criticado por fãs mais conservadores, por nem sempre seguir à risca os moldes do gênero surgido nos Estados Unidos.

Uma pena, porque Matuê tem potencial para ser muito mais que um artista de nicho. Aqui estão algumas razões pelas quais “Xtranho” é um passo atrás:

  • Falta de inovação: o álbum reproduz o estilo de produção e as mesmas distorções e texturas sonoras imersivas dos nomes americanos do trap.
  • Letras bobas: as letras são simplesmente bobas e não têm profundidade.
  • Ostentação fútil: a ostentação, que antes servia como ferramenta quase confessional em relatos dele sobre a fama, agora é fútil e adolescente.

Em resumo, “Xtranho” é um passo atrás na carreira de Matuê, que até então havia sido marcada por uma identidade sonora própria e reflexões sobre o sucesso. O álbum não tem muito de inovador e as letras são simplesmente bobas, o que é uma pena, pois Matuê tem potencial para ser muito mais que um artista de nicho.

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