“Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 2025. Ao acordar, segui com o hábito de ‘scrollar’ a timeline das redes sociais. Eu, que sou constantemente impactada por conteúdos pet do tipo ‘react de cachorro indo para a creche’ ou ‘concurso de fantasia para dogs’, fui surpreendida por um post de adoção de um perfil que acabara de seguir: ‘Essa é a Pantera. Poodle, 1 ano e meio, 17 quilos’.
Não precisei ler muito mais para o meu coração bater forte e resgatar uma memória afetiva da minha infância, de que ela era exatamente a cadelinha com que eu sonhava quando era pequena, mas que, por motivos de uma mãe super atarefada e uma preocupação de como seria a rotina de cuidados, por diversas vezes, virou desejo que bateu na trave. Depois disso, guardei essa vontade em uma caixinha bem escondida, no fundo de uma gaveta, daquelas que você só redescobre quando faz alguma mudança.
Luiza Brasil e Pantera
Priscila Batista
A partir de então, comecei a acompanhar pelo Instagram em dias espaçados o desdobrar daquela adoção. O que era uma espiada ocasional, virou alternada, para depois se tornar diária, com aquele desejo de não encontrar um ‘ADOTADA’ em caixa-alta, para que eu não deixasse, mais um vez, o meu desejo infantil se perder em virtude de medos e inseguranças. Mas antes de tomar qualquer decisão, tinha plena consciência da responsabilidade afetiva e financeira que um cãozinho exige. Consultei amigos, pesquisei sobre a raça e, em uma ligação importantíssima a um amigo, o Lucas Cecílio, que também vive uma rotina intensa, cheia de deslocamentos, e que tinha acabado de adotar a Tina, me disse algo fundamental para pavimentar minha escolha: ‘Se você realmente quer, o universo organiza tudo e dá um jeito’. Depois disso, ele me tranquilizou ainda mais me explicando sobre a ‘rede de apoio pet’, que, para além dos amigos, também conta com serviços como creche, hospedagem, entre tantas outras comodidades que tornam a vida de um tutor mais tranquila.
Saiba Mais
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Entrei em contato com a Wolgranpet (@wolgranpet), lar temporário da Pantera, e conversei muito com o Gabriel Wolgran, idealizador do projeto independente. Enviei minha documentação, fizemos uma inspeção virtual pela minha casa e uma pequena doação para custos com vacinas e castração. Após tudo isso, ele me perguntou: ‘Posso colocá-la como adotada?’. Minha respiração parou por cinco segundos, meu coração bateu forte e, quando a insegurança me fez titubear, lembrei da pequena Luiza, que já sabia o que era uma vida inteira sem cultivar esse desejo de ter um animalzinho e resolvi me aventurar.
Cacharrel BICHINHO CHIC e colar SWAROVSKI
Vogue Brasil/ Igor Melo
Como tutora de pet de primeira viagem, as orientações tanto do Gabriel quanto dos amigos mais experientes foram fundamentais para que eu me organizasse para a chegada da minha ‘pequena grande’ poodle. Contratar plano de saúde pet? Ração premium ou comida natural? É fundamental ter um adestrador? Perguntas que pairavam na minha cabeça, mas que foram se respondendo com o tempo e conforme as minhas possibilidades.
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São Paulo, 15 de março de 2025. Eu e mais dois grandes amigos, que carinhosamente chamo de ‘dindos pet’, fomos para Caucaia do Alto, distrito do município de Cotia, a duas horas e meia da capital paulista, rumo a Pantera. Naquele dia, posso dizer que nasceu uma nova Luiza! Ao vê-la pela primeira vez pessoalmente, fiz um pacto comigo mesma de que daria todo o amor e carinho do mundo para aquele serzinho que já tinha sofrido com o abandono. E, ao olhar aqueles olhos expressivos e pelagem preta deslumbrante, nunca tive tanta certeza de que estava fazendo a coisa certa.
Pantera e Luiza Brasil
Vitor Manon
Seis meses depois, entre o desafio de ‘acertar os xixis’, alguns chinelos comidos e o controle do ar-condicionado mordiscado, esses pequenos prejuízos se tornaram mínimos diante do lucro que é a nossa convivência. Pantera me faz enxergar o que poderia ser a mesma vida, porém com o novo olhar. Seja nos nossos passeios pelo bairro, onde agora conheço os meus vizinhos, desbravo novos cantinhos como cafés, lavanderias e padarias, circulando muito mais a pé, seja por me fazer retomar o amor por pegar uma boa estrada, em nossas idas e vindas pelo eixo Rio – São Paulo. Minha ‘princesa’ também faz com que eu tenha mais tempo de qualidade com os meus pais, que, ao sentirem o lado benéfico do nosso amor uma pela outra, também querem estar envolvidos conosco e com as nossas programações, deixando de lado medos e traumas do passado. Com a Pantera, também retomei um compromisso comigo mesma, tornando inegociável o tempo para o bem-estar e para o luxuoso ócio.
Dizem que a lealdade de um cachorro é uma das coisas mais puras e bonitas que existem. E me autorizar a viver este sentimento tão inaugural talvez tenha sido o maior ato de coragem. A cada ‘lambeijo’, a cada abraço peludo da Pantera, o que recebo é mais do que afeto: é refúgio e um convite a viver as pequenas alegrias da vida e valorizar quem realmente é fiel a mim. E você, já se permitiu hoje?”
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