Levantamento inédito sobre quilombolas no Brasil
O recente lançamento do boletim “Saúde Quilombola no Brasil: Evidências para a Equidade” trouxe à luz informações inéditas sobre as condições de vida e saúde das comunidades quilombolas no país. Este material foi desenvolvido por meio de uma parceria entre o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas e o Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia.
De acordo com a Fiocruz, o boletim analisou dados de mais de 140 milhões de pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com foco em cerca de 64 mil quilombolas adultos, acompanhados entre 2011 e 2020. Esses dados revelam como condições de vida adversas e desigualdades estruturais afetam a saúde da população quilombola no Brasil.
Dados sobre quilombolas no Brasil
Os quilombos estão presentes em todas as regiões brasileiras, com 60% deles localizados no Nordeste. No entanto, apenas 12% dos quilombolas vivem em territórios oficialmente demarcados. O boletim traz dados objetivos sobre as dificuldades enfrentadas por essas comunidades, incluindo:
- 55% dos quilombolas não têm acesso à água potável
- 54% não contam com rede de esgoto
- 51% carecem de coleta de lixo
- 10% não têm energia elétrica
- 29% vivem em moradias com materiais precários
- 68% acessam suas casas por estradas de terra
Além disso, o boletim destaca que dois em cada dez adultos quilombolas nunca frequentaram a escola, uma proporção duas vezes maior que na população geral. O levantamento também aponta para um grande número de mortes com causas mal definidas entre os quilombolas.
O boletim se torna uma ferramenta estratégica para subsidiar gestores públicos, pesquisadores, lideranças quilombolas e a sociedade civil na construção de políticas mais justas e eficazes para atender às necessidades reais desses territórios.
Este conteúdo pode conter links de compra.
Fonte: link