Lançado na COP30, Mapeamento de Iniciativas de Conservação Marinha Lideradas por Mulheres
O papel das mulheres na ação climática ganha novo destaque com o lançamento do Mapeamento Nacional de Iniciativas na Interface entre Gênero, Oceano e Clima. Esse levantamento reúne 52 iniciativas de todo o país que são lideradas por mulheres e que as contemplam como beneficiárias, abordando temas como conservação marinha, educação ambiental, economia azul, justiça racial e soluções baseadas na natureza.
Apresentado em Belém (PA) durante o Climate Hub do Instituto Arayara, o estudo mostra a urgência em valorizar a atuação das mulheres na proteção do oceano. Embora elas estejam na linha de frente da conservação marinha e da pesca artesanal, apenas 1% dos recursos climáticos globais alcança organizações com projetos voltados às mulheres, segundo dados da ONU.
Iniciativas por Região
O mapeamento identificou que os estados do Norte e Nordeste concentram iniciativas na pesca artesanal, no manejo de manguezais, na governança das reservas extrativistas costeiras e na adaptação de comunidades tradicionais às mudanças climáticas. No Sudeste, os projetos se destacam na educação ambiental urbana, recuperação de ecossistemas costeiros, gestão participativa e uso de tecnologias para conservação marinha e oceânica. Já no Sul, predominam as iniciativas de formação comunitária, economia circular e gestão de baías e estuários.
Entre os principais desafios apontados pelas participantes está o financiamento. A maioria das iniciativas opera com poucos recursos e, em muitos casos, de forma voluntária. As lideranças relatam dificuldades para acessar e compreender editais ou cumprir os requisitos burocráticos exigidos.
Recomendações e Desafios
- Financiamento direto e contínuo das iniciativas, priorizando as associações de base comunitária.
- Articulação em rede para trocas de experiências, com integração entre ciência e saberes tradicionais.
- Campanhas públicas e ações de comunicação para aumentar a visibilidade do trabalho das mulheres do mar.
- Capacitar as mulheres para a gestão de projetos e para a captação de recursos.
- Aprimorar os formatos de financiamento para acesso facilitado e fomentar economias locais.
É fundamental garantir a representação de mulheres e comunidades tradicionais em espaços de decisão e incluir o recorte de gênero e oceano nas estratégias nacionais de clima, como o Plano Nacional de Adaptação e as contribuições voluntárias brasileiras para a redução das emissões, garantindo recursos específicos para ações lideradas por mulheres.
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